Alexandre De Moraes Em Sessão Plenária Do STF Alexandre De Moraes Em Sessão Plenária Do STF

Gazeta do Povo critica Moraes e diz que STF age como “validador” da segurança no Rio

Ministro do STF cobra explicações de Cláudio Castro e chefes da segurança sobre ação contra o Comando Vermelho

De acordo com editorial publicado nesta quinta-feira (30) pelo jornal , o ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Federal (STF), estaria atuando como uma espécie de “validador” das ações policiais no Rio de Janeiro, ao exigir explicações detalhadas sobre a megaoperação contra o (CV) realizada nos complexos da Penha e do Alemão.

O ministro determinou que o governador Cláudio Castro (PL), o secretário estadual de Segurança e os chefes das polícias Civil e Militar prestem esclarecimentos ao STF na próxima terça-feira, 4 de novembro. Eles deverão apresentar informações sobre todos os aspectos da operação, considerada a mais letal da história do estado, com 121 mortos.

Moraes assume relatoria da ADPF 635 e cobra relatório completo

Moraes assumiu recentemente a relatoria da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 635, conhecida como “ADPF das Favelas”, que antes esteve sob responsabilidade dos e Luís Roberto Barroso.

Segundo o jornal, o ministro solicitou um relatório minucioso, incluindo:

  • Número exato de mortos, feridos e presos;
  • Tipo de armamento utilizado e quantidade de agentes mobilizados;
  • Presença e localização de ambulâncias durante a operação;
  • Análise sobre o uso proporcional da força;
  • Medidas de assistência às vítimas e familiares;
  • E informações sobre uso de escolas ou postos de saúde como base policial.

Caso esses locais tenham sido utilizados, Moraes pediu que o governo explique as razões da escolha.

Editorial critica “ativismo judicial” e ingerência sobre segurança pública

Para a Gazeta do Povo, a atuação do ministro representa uma forma de ativismo judicial, que “usurpa funções do Executivo” e amplia o controle do STF sobre políticas de segurança pública.

O editorial afirma que esse cenário é consequência direta da ADPF das Favelas, decisão de 2020 proposta pelo PSB com apoio de ONGs, que restringiu operações policiais em comunidades do Rio durante a pandemia.

“Esse absurdo, em que as autoridades constitucionalmente responsáveis pelas políticas de segurança pública precisam ter suas escolhas referendadas pelo Judiciário, é resultado de outra indecência jurídica: a ADPF das Favelas”, diz o texto do jornal.

STF passa a atuar como “avaliador” de operações

Ainda segundo o editorial, o Supremo não abriu uma investigação formal, mas passou a agir como avaliador das decisões operacionais das forças de segurança. O jornal afirma que Moraes pode, agora, “dizer se o número de policiais era adequado, se o horário foi bem escolhido, se o armamento era justificável e até se o posicionamento tático foi o mais correto”.

ADPF das Favelas e seus efeitos no combate ao crime

A Gazeta do Povo também argumenta que a ADPF das Favelas teria enfraquecido o combate ao crime organizado. A liminar concedida por Fachin em 2020 suspendeu operações policiais em comunidades, o que, segundo críticos, favoreceu a expansão de facções como o Comando Vermelho.

Embora a liminar tenha sido revogada cinco anos depois, o STF manteve mecanismos de controle sobre as ações policiais, exigindo planos de redução da letalidade e a retomada de territórios dominados pelo tráfico.

Durante o período de restrição, diz o editorial, facções reforçaram barricadas e armas, e criminosos de outros estados migraram para o Rio. Entre os 113 presos na megaoperação desta semana, 33 vieram de fora, principalmente da Bahia.


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