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Amorim critica Nobel a María Corina e diz que prêmio “priorizou política sobre a paz”

Assessor de Lula avalia que prêmio à opositora venezuelana teve motivação política; Comitê destacou sua luta democrática contra o regime chavista

O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, afirmou que o Prêmio Nobel concedido à líder opositora venezuelana Machado representou uma escolha “mais política do que voltada à paz”. A declaração foi dada em entrevista à CNN , na sexta-feira (10).

Não sei os critérios do Nobel”, disse Amorim. “Nem ponho em dúvida as qualidades pessoais da María Corina. O Comitê do Nobel priorizou a política em relação à paz. Pessoalmente, achei interessante.”

Questionado sobre a postura do governo Luiz Inácio da Silva em relação à opositora, o diplomata afirmou que o Brasil “deseja a paz e a reconciliação na Venezuela, sem julgamentos pessoais”.

Amorim, Lula e a política venezuelana

A relação entre o governo brasileiro e María Corina Machado já havia sido marcada por críticas. Em 2024, Amorim comentou o caso da exclusão da líder opositora da corrida presidencial, depois que ela foi barrada pela venezuelana — comparada ao “STF” daquele país.

No ano anterior, durante visita do ditador ao Brasil, Lula classificou as denúncias internacionais contra o regime chavista como “narrativas”, o que gerou forte reação de opositores.

Mais recentemente, durante a eleição entre Maduro e o diplomata Edmundo González, candidato apoiado por María Corina, o Itamaraty enviou Celso Amorim como observador oficial. Diante das acusações de fraude, Amorim cobrou a apresentação das atas eleitorais pelo governo venezuelano — documentos que mais tarde foram reconhecidos pelos Estados Unidos e por entidades internacionais.

Comitê do Nobel exaltou coragem e resistência democrática

Segundo o Comitê do Nobel, a escolha de María Corina Machado se deve ao reconhecimento de sua “coragem civil” e de sua liderança na luta pela democracia na América Latina. O colegiado destacou que a ex-deputada manteve viva a esperança democrática na Venezuela, “mesmo diante de um cenário de perseguição e autoritarismo”.

Antes do anúncio oficial, María Corina recebeu uma ligação do secretário do Comitê, Kristian Berg Harpviken, informando sobre a premiação. Emocionada, ela agradeceu:
Espero que você entenda que isso é um movimento, é o esforço de toda uma sociedade. Sou apenas uma pessoa.”

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