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Banco Central faz intervenção dupla no câmbio e movimenta US$ 2 bilhões

Estratégia conhecida como “casadão” combina leilão à vista e swaps reversos e visa conter distorções no mercado

O (BC) realizou, na manhã desta segunda-feira (27), uma intervenção simultânea em duas frentes do mercado cambial, estratégia que o setor financeiro chama de “casadão”. A operação totalizou US$ 2 bilhões, sendo US$ 1 bilhão negociado à vista e US$ 1 bilhão em contratos de swap cambial reverso.

Segundo analistas, essa tática tende a reduzir o cupom cambial — a taxa de juros vinculada ao dólar — e aumentar a liquidez sem provocar mudanças bruscas na cotação da moeda norte-americana.

Detalhes da operação

Durante o leilão de dólares à vista, o BC aceitou nove propostas, com diferencial de corte de -0,000300, entre 9h30 e 9h35. No mesmo período, a instituição aceitou quatro propostas que somaram 20 mil contratos de swap cambial reverso, com taxa de corte de 5,1600 e vencimento em 1º de dezembro.

Essa estratégia de operações casadas é usada para neutralizar pressões no câmbio. No swap reverso, o Banco Central atua como comprador de dólares no mercado futuro, recebendo a variação do dólar mais o cupom cambial e pagando aos investidores a variação da taxa Selic no mesmo período.

De acordo com o BC, a movimentação não altera diretamente a cotação do dólar frente ao real, pois o efeito da compra à vista é compensado pela operação no mercado futuro.

Reservas internacionais e política cambial

O leilão à vista implica redução momentânea das reservas internacionais, que somaram US$ 356,6 bilhões em setembro, um acréscimo de US$ 5,8 bilhões em relação ao mês anterior. A instituição utiliza essas reservas como instrumento para estabilizar o câmbio e assegurar previsibilidade nas oscilações da moeda.

Efeito no mercado e reação dos investidores

A intervenção do BC ocorreu em meio a um cenário externo mais favorável e à repercussão positiva do encontro entre o presidente Luiz Inácio da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Por volta das 10h49, o dólar à vista era cotado a R$ 5,379, em queda de 0,25%. Na B3, o contrato futuro para novembro recuava 0,38%, sendo negociado a R$ 5,375.

Na sexta-feira (24), o dólar havia encerrado em alta de 0,14%, a R$ 5,393. Especialistas destacam que a ação do BC contribui para suavizar a volatilidade e reforçar a confiança do mercado em um momento de ajustes monetários e fiscais no país.


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