Ministro esclareceu que referência era ao fim de sua presidência na Corte, mas admite avaliar aposentadoria
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a comentar sobre o fim de sua trajetória no tribunal, durante um evento em Salvador (BA), nesta segunda-feira (6). Em tom reflexivo, o magistrado afirmou que “a vida é feita de muitos ciclos e a gente deve saber bem a hora de entrar e a hora de sair”.
A declaração foi feita no fórum Ruy Barbosa, durante o encontro do Conselho de Presidentes de Tribunais de Justiça (Consepre). No entanto, segundo interlocutores ouvidos após o discurso, Barroso esclareceu que se referia ao encerramento de sua gestão na presidência do STF, e não a uma decisão definitiva sobre deixar o cargo de ministro.
“Eu comecei a minha carreira no Supremo aqui [na Bahia], e de certa forma estou terminando a minha carreira no Supremo aqui também”, afirmou Barroso, ao se dirigir à plateia durante a homenagem.
Ciclos e futuro incerto
Barroso presidiu o Supremo Tribunal Federal entre 2023 e 2025 e foi sucedido pelo ministro Edson Fachin, que assumiu a presidência em 29 de setembro, com mandato previsto até 2027.
Durante o evento, o magistrado descreveu o momento como “especial e de grande alegria”, ressaltando que encara a passagem pela Corte como parte de um ciclo de vida pública.
“A vida é feita de muitos ciclos, e a gente deve saber bem a hora de entrar e a hora de sair”, repetiu.
Nos bastidores, o tema de uma eventual aposentadoria antecipada de Barroso tem sido alvo de especulações. Em conversas anteriores com jornalistas, o ministro reconheceu que vem refletindo sobre sua permanência no tribunal.
“Sair do Supremo é uma possibilidade, mas não é uma certeza. Verdadeiramente ainda não tomei essa decisão”, afirmou em 26 de setembro, em entrevista à imprensa.
Entre o dever cumprido e o desejo de continuar
Barroso, que completou dez anos no STF em 2023, disse sentir-se dividido quanto ao encerramento de sua jornada na Corte.
“Às vezes tenho a sensação de já ter cumprido o meu ciclo [no STF]. Às vezes penso que ainda poderia fazer mais coisas. Estou falando da forma mais franca possível, do fundo do meu coração”, declarou, revelando incerteza sobre o futuro.
Por ora, o ministro segue em plena atividade no tribunal, participando das sessões plenárias e mantendo a agenda institucional. Apesar das dúvidas sobre sua aposentadoria, não há qualquer previsão oficial de que ele apresente o pedido de saída nos próximos meses.