Presidente afirmou que apresentará os pedidos, mas que não irá “tentar cooptar senadores”
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta terça-feira (17), que irá pedir o impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista à Rádio Capital Notícia, de Cuiabá (MT), ele afirmou, no entanto, que não irá fazer como Barroso e “tentar cooptar senadores”.
No sábado (14), Bolsonaro havia dito que iria pedir ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a abertura de um processo para investigar os dois ministros. De acordo com ele, o pedido terá por base o artigo 52 da Constituição Federal, que trata justamente da competência do Senado para processar autoridades como os ministros do Supremo Tribunal Federal.
Ao retomar o assunto nesta terça-feira, o presidente disse que, após apresentar os pedidos, o Senado é quem terá que decidir.
– Essa semana tenho novidades, dentro das 4 linhas da Constituição, temos novidades pela frente. Vou entrar com pedido de impedimento dos ministros no Senado, colocar lá. O que o Senado vai fazer? Está com o Senado agora, é independência – apontou.
Bolsonaro então criticou uma atuação de Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pela derrubada do voto impresso auditável na Câmara.
– Não vou agora tentar cooptar senadores de uma forma ou de outra oferecendo alguma coisa e etc para eles votarem o impeachment deles. Não vou fazer como o senhor ministro Barroso, do TSE, que foi para dentro do parlamento se reunir com lideranças partidárias – ressaltou.
Ele, no entanto, disse que suas críticas não são direcionadas a todo os ministros do STF.
– Nunca ninguém me viu atacando 11 ministros do STF, quem fala isso está mentindo porque não tem como provar. Eu critico pontualmente, como alguns senadores, alguns deputados e alguns ministros. Como eu sou criticado também, isso faz parte da vida democrática – destacou.