Família lamenta morte de bancária de 28 anos atingida na Linha Amarela e defende ação das forças de segurança
A morte de Bárbara Elisa Yabeta Borges, de 28 anos, durante um tiroteio na Linha Amarela, no Rio de Janeiro, provocou comoção e revolta entre familiares. A jovem foi baleada na cabeça na última sexta-feira (31), perto do Morro do Timbau, no Complexo da Maré, e não resistiu aos ferimentos.
Sua tia, Ângela Tursk de Ávila, fez um desabafo emocionado ao questionar o silêncio de entidades de direitos humanos diante do caso.
“Cadê os ‘direitos humanos’ sobre a Bárbara nesse momento, que perdeu a vida na flor da sua idade? 28 anos. É uma tristeza imensa, gente, uma tristeza imensa isso aí que aconteceu”, disse Ângela, ao rebater críticas às operações policiais realizadas nas comunidades do Alemão e da Penha, na última terça-feira (28).
“O povo tem razão”, diz tia ao defender ação policial
Durante o desabafo, Ângela afirmou que o avanço da violência nas comunidades tornou a vida dos moradores insustentável:
“A bandidagem se espalhou de um jeito que ninguém mais tem paz de viver. O melhor barulho que se ouve é quando um filho chega em casa e diz: ‘Mãe, eu cheguei.’ Aí a mãe dorme em paz. Do contrário, não tem sossego, não tem paz, não tem nada. (…) Quando o governo toma uma tendência, aí vêm os ‘direitos humanos’ reclamar. O povo tem razão”, concluiu.
A declaração ocorreu em meio às repercussões da megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, criticada por alguns grupos de direitos humanos por supostos excessos.
Crime e investigação
De acordo com testemunhas, o tiroteio que vitimou Bárbara começou durante um confronto entre facções rivais. O motorista de aplicativo que a transportava também foi baleado na mandíbula e contou que dezenas de pessoas correram para se proteger.
Bárbara chegou a ser socorrida ao Hospital Geral de Bonsucesso, mas não resistiu aos ferimentos.
A Polícia Militar informou que o confronto envolveu criminosos de grupos rivais. Um fuzil foi apreendido e um dos suspeitos, ferido, foi levado ao hospital. O policiamento na região foi reforçado.
O Disque Denúncia divulgou um cartaz “Quem matou?” para ajudar a 21ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso) a identificar os responsáveis.
Informações podem ser enviadas pelos números (21) 2253-1177 (inclusive via WhatsApp) ou 0300-253-1177, com garantia de anonimato.
Quem era Bárbara Elisa Yabeta Borges
Descrita pela família como uma mulher dedicada e sonhadora, Bárbara havia acabado de ser promovida no banco onde trabalhava e planejava engravidar no próximo ano.
Sua sogra, Andréia Assis, contou que a jovem havia feito uma viagem recente e falava constantemente sobre os planos de formar uma família.
Horas antes de morrer, Bárbara publicou uma mensagem nas redes sociais que hoje soa como uma despedida:
“O que tem preço, a gente recompra. A maioria das coisas que perdemos, a gente recupera, mas pessoas, não. O que tem valor, quando vai embora, leva um pedaço da gente junto. E, acredite, é caro demais perder aquilo que não tem preço.”