Alexandre Garcia Fez Análise Do Movimento De Indígenas Em Brasília Alexandre Garcia Fez Análise Do Movimento De Indígenas Em Brasília

Em duro artigo, Garcia expõe os interesses dos índios acampados

Jornalista fez análise dos verdadeiros interesses por trás do ‘marco temporal’

O jornalista Alexandre Garcia recentemente dedicou um artigo no jornal Gazeta do Povo para expor o movimento dos indígenas que acampam no Distrito Federal para acompanhar a votação do chamado “marco temporal sobre terras indígenas”, que está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Após suspensões, a votação será retomada pelos ministros nesta quinta (2).

Em seu artigo, Garcia aponta o que pôde observar do acampamento e destacou a organização da manifestação supostamente improvisada.

– Em primeiro lugar, eu passei pelo acampamento dos índios na sexta-feira (27), no dia [em] que eles puseram fogo na frente do Palácio do Planalto, e vi uma quantidade enorme de ônibus estacionados. Não eram ônibus eventualmente parados lá; estavam à disposição dos índios. As centenas de barracas eram uniformes, como se tivessem feito uma licitação para comprá-las; além disso, todo mundo se alimentou durante o período que estiveram lá – relatou.

O jornalista também questionou quem estaria bancando o movimento, dada a sua organização, disponibilidade de recursos materiais e de capacidade de manifestação.

– Fica a pergunta: quem está sustentando isso? Porque o pessoal não estava trabalhando, e muitos ainda ficaram por lá. A segunda pergunta é: como eles conseguiram material para produzir aquela fumaça preta ao pé da rampa do Palácio do Planalto? Aliás, num momento que o presidente estava em Goiânia – apontou.

Em seguida, o jornalista trata de explicar o que, de fato, está sendo julgado no STF e as consequências, na prática, caso os ministros reconheçam o que é reivindicado pelos indígenas.

– Esse caso é de Santa Catarina, de uma reserva, que foi demarcada em 1965, de 14 mil hectares. De repente, estão aumentando a reserva para 37 mil hectares. Isso iria desalojar cinco mil pessoas, cerca de mil famílias de pequenos agricultores que têm escritura dos terrenos desde 1902. E qual é a base para essa disputa? O artigo 231 da Constituição, que diz que as terras são “indígenas” quando ocupadas tradicionalmente por eles, ancestralmente. É óbvio que “ocupadas” a partir da data quando foi promulgada a Constituição, em 5 de outubro de 1988 – explicou.

Para Garcia, “se a maioria do STF decidir que as ocupações após o ano de 1988 valham, aí vai ser um horror”. O jornalista diz ainda que, desta forma “os índios podem ocupar terra para o resto da vida, até expulsar todo mundo para seus continentes de origem: África, Ásia e Europa”.

O comunicador finaliza o texto citando os ex-ministro Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que, mesmo sendo de esquerda, atribui o interesse no marco temporal às ONGs, e não aos índios.

– Aldo Rebelo, que era do PCdoB, e foi ministro em várias pastas durante o governo do PT – ou seja, é insuspeito para opinar nesse assunto – falou que isso é interesse das ONGs, e não dos índios. Essas ONGs disseminam ódio entre índios e não índios, os dois lados igualmente brasileiros. Isso é crime de lesa-pátria. E alguém está financiando a manifestação dos índios para tentar atemorizar o STF – disparou.


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