Alex Saab é suspeito de desviar US$ 350 milhões da ajuda alimentar subsidiados pelo governo venezuelano
O empresário Alex Saab, importante aliado do ditador venezuelano Nicolás Maduro, foi extraditado de Cabo Verde, na África, para os Estados Unidos (EUA) no sábado 16, informou a agência de notícias AFP.
O empresário foi acusado de lavagem de dinheiro em 2019, em Miami, e preso durante uma escala de avião em Cabo Verde, em junho de 2020. Saab é apontado como um dos responsáveis por um esquema de corrupção no programa de alimentos subsidiados pelo governo esquerdista venezuelano. Ele e o sócio, Álvaro Pulido, teriam transferido cerca de US$ 350 milhões para contas que controlavam nos EUA e em outros países.
O advogado do empresário, Manuel Monteiro, afirmou que a extradição é ilegal, porque o processo judicial em Cabo Verde não foi totalmente realizado.
Depois da extradição, o governo de Maduro denunciou em nota oficial o que chamou de “sequestro do diplomata venezuelano Alex Saab pelo governo dos EUA em cumplicidade com autoridades cabo-verdianas”.
O Departamento de Justiça dos EUA não respondeu a um pedido da agência AFP para confirmar a extradição de Saab, mas o presidente colombiano, Iván Duque, publicou no Twitter que a extradição do empresário “é uma vitória na luta contra o narcotráfico, a lavagem de dinheiro e a corrupção que propiciou a ditadura de Nicolás Maduro. A Colômbia apoiou e seguirá apoiando os EUA na investigação contra a rede criminosa transnacional liderada por Saab”.
Cabo Verde concordou no mês passado em extraditar Saab para os Estados Unidos, apesar dos protestos da Venezuela, que descreveu a prisão do empresário como “arbitrária” e afirmou que ele sofria “maus-tratos e tortura” nas mãos das autoridades locais.