Gás hilariante: dependência leva jovem à morte

Amy Louise Leonard, de 20 anos, alertou sobre os riscos em vídeo gravado na ambulância dias antes de morrer

A maquiadora britânica Amy Louise Leonard, de 20 anos, morreu no dia 2 de outubro em Bolton, região da Grande Manchester (), após sofrer falência pulmonar e coágulos no coração provocados pelo uso excessivo de óxido nitroso, conhecido como gás hilariante ou “gás do riso”.

Amy ficou conhecida nas redes sociais após gravar, em uma ambulância, um vídeo em que fazia um alerta sobre os perigos do consumo recreativo do gás. Três dias depois, ela faleceu em decorrência das complicações médicas.

“Só quero falar sobre balões e o que eles fazem com o seu corpo. Eles podem privar o cérebro de oxigênio, causar tonturas, desmaios e danos nervosos. Usem uma vez, e é fácil achar que é inofensivo, mas os riscos são reais”, escreveu Amy em sua última postagem no Facebook.

Segundo a mãe da jovem, Catrina Proctor, Amy começou a usar o gás “para se sentir mais solta” em festas com amigos e desenvolveu dependência rapidamente. A família só descobriu o vício após a internação hospitalar, quando a jovem já apresentava paralisia parcial nas pernas e danos neurológicos.

Como o gás hilariante age no corpo

O óxido nitroso (N₂O) é um gás utilizado com segurança em procedimentos médicos e odontológicos como sedativo leve, sempre sob supervisão profissional.
No entanto, quando inalado de forma recreativa, ele pode:

  • Reduzir o nível de oxigênio no cérebro;
  • Danificar o sistema nervoso periférico;
  • Provocar deficiência de vitamina B12, responsável por lesões neurológicas irreversíveis;
  • Levar a formação de coágulos e falência de órgãos vitais com o uso contínuo.

Amy relatou nas redes que, nas semanas anteriores à internação, já não conseguia andar devido à fraqueza muscular e à compressão dos nervos nas pernas.

Alerta das autoridades

O governo do Reino Unido classificou, em 2023, a posse e o uso recreativo do gás hilariante como crime na Inglaterra e no País de Gales, após o aumento do consumo entre jovens de 16 a 24 anos durante a pandemia.

“Balões não são inofensivos. Qual o problema em se divertir sem drogas? Quero que ninguém mais passe pelo que minha filha passou”, declarou a mãe de Amy ao jornal Daily Mail.

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