Gilmar Mendes Gilmar Mendes

Gilmar Mendes acusa “autoritarismo populista” do governo Bolsonaro de gerar desconfiança nas urnas

Ministro do STF diz que ataques ao sistema eleitoral foram parte de estratégia para desacreditar o processo democrático

O ministro , do Tribunal Federal (STF), fez duras críticas ao governo do ex-presidente Jair e aos grupos que colocaram em dúvida a confiabilidade das urnas eletrônicas. Segundo ele, a falta de confiança no sistema eleitoral brasileiro surgiu a partir do que chamou de “menu do autoritarismo populista”, supostamente fomentado no período bolsonarista.

As declarações foram dadas durante o 28º Congresso Internacional de Direito Constitucional do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), realizado na noite de terça-feira (21). Além de palestrante, Gilmar Mendes é coordenador do congresso e sócio do IDP.

“Inventou-se que as urnas tinham falhas”, diz Gilmar Mendes

Ao abordar os ataques às urnas e ao sistema eleitoral, o ministro afirmou que o país realizou “eleições nas urnas eletrônicas por muitos anos, sem nenhum problema e com imensurável precisão”. No entanto, segundo ele, criou-se um discurso falso para desacreditar o processo eleitoral.

“Inventou-se — e isso faz parte desse menu do autoritarismo populista — que as urnas tinham falhas, para desacreditar o processo eleitoral e tentar garantir um golpe de Estado, como depois se provou”, declarou Gilmar.

Ministro critica ataques ao STF e defende instituições

O magistrado também demonstrou incômodo com as críticas dirigidas ao STF nos últimos anos, relembrando o período anterior à pandemia e classificando os ataques como tentativas de enfraquecer a Corte.

“O Supremo tem sido alvo de ataques reiterados, mas as instituições resistiram”, afirmou.

Na mesma data, o STF concluiu o de um processo que condenou sete réus por disseminar desinformação sobre as urnas eletrônicas.

Condenações por disseminação de fake news

A maioria dos entendeu que os acusados tentaram deslegitimar o processo eleitoral e pressionar as Forças Armadas em busca de uma ruptura institucional.

O ministro Flávio Dino, atual presidente da Turma e último a votar, associou a propagação de notícias falsas aos atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023.

“Se não houvesse fake news e desinformação, esse resultado não teria ocorrido. Há uma relação causal”, afirmou Dino.

Fux diverge e cita auditoria pedida pelo PSDB

O ministro Luiz Fux foi o único a divergir da maioria. Ele recordou o episódio em que o PSDB, após a eleição de Dilma Rousseff em 2014, solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a auditoria do resultado.

Segundo Fux, a Corte autorizou a verificação, ao contrário do que ocorre hoje, quando críticas ou pedidos de auditoria são, em alguns casos, criminalizados.

“Em vez de rejeitar de plano ou criminalizar qualquer coisa ou impor multa bilionária, o TSE tomou a sábia decisão de permitir a auditoria”, afirmou o ministro.


Veja também

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *