Discussão acalorada entre ministros expôs divergências sobre Lava Jato, caso Moro e julgamento dos réus do 8 de Janeiro
Uma discussão ríspida entre os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), movimentou os bastidores da Corte nos últimos dias. O desentendimento, ocorrido durante o intervalo de uma sessão recente, teria sido motivado por divergências em julgamentos que envolvem o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e os réus dos atos de 8 de janeiro de 2023.
A troca de farpas foi revelada nesta quinta-feira (16) pelo jornal Folha de S.Paulo, que ouviu relatos de magistrados presentes no momento da discussão. Segundo as fontes, Gilmar ironizou a atuação de Fux após o colega interromper um julgamento em que o ex-juiz da Lava Jato tenta reverter sua condição de réu em processo por calúnia — ação movida pelo próprio Gilmar Mendes.
Interrupção do julgamento irritou Gilmar
O caso de Moro estava sendo analisado no plenário virtual da 1ª Turma do STF, onde quatro ministros já haviam votado contra o recurso do senador, mantendo-o como réu. Fux, no entanto, pediu vista e suspendeu a análise do caso, o que pode adiar o desfecho por até três meses.
Incomodado com a suspensão, Gilmar Mendes teria ironizado Fux, sugerindo que o colega ainda estaria preso à Operação Lava Jato.
“Vê se consegue fazer um tratamento de terapia para se livrar da Lava Jato”, teria dito Gilmar, em tom de provocação.
De acordo com os relatos, Gilmar também fez referência a um episódio antigo envolvendo o ex-assessor de Fux, José Nicolao Salvador, citado em proposta de delação premiada e demitido em 2016.
“Enterra esse caso de vez”, teria completado o decano.
Fux rebate e clima esquenta
Surpreso com as críticas, Luiz Fux respondeu que seu pedido de vista tinha o objetivo de analisar cuidadosamente os autos do processo e que não havia qualquer motivação política na decisão. Ele demonstrou irritação com as críticas públicas que Gilmar costuma fazer a colegas da Corte.
A discussão ganhou tom pessoal quando Gilmar confirmou as críticas.
“Falo mal de você publicamente, pois considero você uma figura lamentável”, teria afirmado o ministro, segundo a reportagem.
O decano ainda citou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, em que Fux teria apresentado um voto de 12 horas de duração, como exemplo do que chamou de “excessos desnecessários”.
Fux rebateu dizendo que sua atuação se pautou pela defesa da Justiça e pelo respeito aos réus.
“Precisei agir diante do que via como perseguição”, teria dito o ministro.
Clima de tensão e histórico de atritos
A relação entre Gilmar Mendes e Luiz Fux vem se deteriorando há anos, marcada por diferenças sobre os rumos da Lava Jato e sobre o papel do Supremo em temas políticos sensíveis. Enquanto Gilmar tem se posicionado de forma mais crítica à operação, Fux foi um de seus defensores mais fervorosos nos primeiros anos.
O caso Moro reacendeu antigas divergências e expôs novamente divisões internas dentro do STF, especialmente em julgamentos de forte impacto político, como os que envolvem Jair Bolsonaro, a Lava Jato e os ataques de 8 de janeiro.
Nos corredores do tribunal, ministros consideraram o episódio “desagradável e constrangedor”, embora não inédito. Gilmar, o decano da Corte, é conhecido por falar abertamente sobre discordâncias internas, enquanto Fux costuma evitar embates públicos, mas tem reagido com mais firmeza às críticas.
A Presidência do STF não se manifestou sobre o episódio, e ambos os ministros mantiveram silêncio público após o vazamento das informações.
O STF já era conhecido por trambiques, vendidos, comparsas da CORJA, e o de hoje é uma lástima na maioria. Lava-jato tem que ser renovada! Os Bandidos de toga, cassar suas decisões criminosas e fazerem pagar indenizações aos inocentes perseguidos e à Nação Brasileira!!
O Boca de Caçapa adora criticar seus antagonistas,Moro não mentiu brincando,falou o que todos brasileiros honestos já sabem. Lembram do “jagunços” citados por Joaquim Barbosa? Aliás JB foi outra decepção.
No mesmo nivel de analise, se o Ministro Fux precisa de terapia, Gilmar tem que ser internado em hospital psiquiátrico.
Sem noção, o boca de sapo!