Custos com saúde e habitação lideram alta no acumulado do ano, segundo a Fipe
A inflação que afeta o público com mais de 60 anos continua avançando acima da média nacional, de acordo com levantamento divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Criado em julho de 2021, o IPC 60+ mede especificamente as variações de preços que mais impactam o padrão de consumo dos idosos.
Nos últimos doze meses, o índice específico para essa faixa etária registrou alta de 5,73%, superando o índice geral de 5,41%. Apenas em 2025, a inflação voltada aos idosos já acumula 3,43%, também acima dos 3,02% verificados na média geral.
Energia e serviços pressionam o bolso dos mais velhos
O aumento da energia elétrica, com alta expressiva de 15,39% em setembro, foi o principal fator de pressão no orçamento dos idosos. Logo em seguida aparecem viagens e excursões (4,62%), serviços de táxi (4,08%), sofás (3,47%) e planos de assistência médica (0,97%).
Apesar das altas, alguns produtos ajudaram a conter a inflação nesse grupo. Entre eles, cebola (-20,56%), batata (-15,31%), tomate (-13,38%), alho (-7,48%) e frutas de época (-3,98%) apresentaram quedas expressivas, aliviando parcialmente o impacto no custo de vida.
Despesas com saúde e habitação sobem mais no ano
No acumulado de 2025, os maiores aumentos foram observados em saúde (7,67%) e habitação (4,08%), duas categorias que têm peso significativo na estrutura de gastos das pessoas idosas.
De acordo com o levantamento, habitação representa 38,44% do orçamento dos maiores de 60 anos, seguida de alimentação (23,02%), saúde (16,29%) e despesas pessoais (11,43%).
O coordenador do IPC 60+, Guilherme Moreira, destacou que os aumentos em serviços essenciais afetam diretamente o poder de compra dessa faixa etária.
“Inflação em itens como energia elétrica e planos de saúde impacta diretamente o orçamento dos idosos, que possuem hábitos de consumo mais voltados a serviços e cuidados pessoais”, explicou o economista.
Alta de preços aumenta vulnerabilidade da população idosa
Com gastos concentrados em setores essenciais e pouca margem para substituição de produtos, a inflação acima da média aprofunda a vulnerabilidade financeira entre os idosos. O cenário reforça a importância de políticas públicas voltadas à proteção da renda e ao controle de custos em saúde e moradia, setores que mais afetam esse grupo populacional.