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14/06/2021

Inglaterra: Estudo mostra que quase um terço das pessoas que morreram após pegar a “nova cepa” receberam duas doses das vacinas

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Novo relatório da Public Health England revela eficácia da vacina contra a variante

Com o primeiro-ministro prestes a atrasar o ‘Dia da Liberdade’ em até quatro semanas, uma nova análise da Public Health England (PHE) revelou que 29 por cento das mortes de Covid causadas pela cepa B.1.617.2 receberam duas injeções.

E, em um golpe adicional, o relatório do PHE sugere que a variante Delta tem um risco 64 por cento maior de transmissão domiciliar em comparação com a variante Kent (Alfa).

Também se acredita que seja 40 por cento mais transmissível ao ar livre, de acordo com os números do PHE.

A cepa Delta é agora a mais dominante no Reino Unido, com mais de 90 por cento dos casos de Covid no Reino Unido sendo a variante indiana, de acordo com a PHE.

Em meio ao aumento do número de casos, o novo relatório gerou temores entre alguns cientistas de que o Reino Unido poderia ser inundado por uma terceira onda de Covid.

A análise do Sunday Telegraph mostra que, no ritmo atual, o Reino Unido poderia ter 80.000 novos casos por dia em meados de julho.

Tal número esmagaria até mesmo o pico de janeiro – onde quase 70.000 casos foram registrados em um dia.

Na Inglaterra, 39.061 casos da variante Delta já foram confirmados, com 2.035 na Escócia, 184 no País de Gales e 43 na Irlanda do Norte.

Destes, 42 britânicos morreram da variante Delta. E o relatório do PHE mostra que dessas 42 pessoas que morreram, 12 estavam totalmente vacinadas.

Do grupo restante, 23 não foram vacinados, enquanto sete haviam recebido a primeira dose há mais de 21 dias.

Enquanto isso, os dados mais recentes do PHE colocam a eficácia da vacina contra a doença sintomática contra a variante Delta em 33% após uma dose.

Após duas doses, isso sobe para 81 por cento. Isso é menor do que a variante Alpha, onde os números são 51 por cento após a primeira dose e 88,4 por cento após a segunda.

No entanto, a proteção fornecida pelas vacinas contra doenças graves e morte da variante Delta continua alta, disse o modelador da Covid, James Ward, ao Sunday Telegraph.

Ele disse ao jornal que o número de eficácia ‘deve aumentar para algo em torno de 80 por cento e 95 por cento, respectivamente’ quando se trata de proteção contra ‘doenças graves e morte’.

No entanto, a PHE disse em seu último relatório que há ‘incerteza em torno da magnitude da mudança na eficácia da vacina após duas doses da vacina Oxford / AstraZeneca.

A vacina de Oxford representa cerca de 70 por cento de todos as vacinas aplicadas no Reino Unido até agora. PHE diz que ainda está aguardando evidências sobre sua eficácia contra a variante Delta com duas doses administradas.

Enquanto isso, os números divulgados como parte de uma modelagem pela Universidade de Warwick, e relatados no Sunday Telegraph, revelam que a variante Delta está atualmente tomando o curso esperado em termos de números.

A universidade trabalhou em uma variante hipotética que era 50 por cento da mais transmissível – o que se acredita ser a variante Delta.

Se a modelagem estiver correta, pode haver até 4.000 internações hospitalares devido à Covid no final de julho.

No entanto, seu último relatório, publicado na sexta-feira, e ajustado para levar em conta a idade, mostrou que uma variante mais transmissível com alguma capacidade de escapar da imunidade poderia registrar mais de 5.000 internações em Covid até setembro.

Falando sobre os novos números, o Dr. William Welfare, Diretor de Incidentes COVID da Public Health England, disse ao MailOnline: ‘É altamente provável que Delta seja significativamente mais transmissível do que Alpha e novas pesquisas de PHE sugerem que há um risco aumentado de aproximadamente 60% de transmissão doméstica para Delta em comparação com Alpha.

“O crescimento geral da variante Delta na comunidade é afetado pela transmissibilidade da variante, eficácia da vacina e as circunstâncias individuais de cada caso.

“Continuamos investigando e gerenciando a variante Delta para diminuir a transmissão. A melhor maneira de reduzir a disseminação de todas as variantes é seguir os conselhos de saúde pública. Vacine-se, trabalhe em casa, onde possa e lembre-se de ‘mãos, rosto, espaço, ar fresco’ em todos os momentos. ‘

Dominic Raab despejou mais água fria nas esperanças do ‘dia da liberdade’ de 21 de junho, alertando que o governo não correrá o risco de entrar e sair do bloqueio.

O ministro das Relações Exteriores insistiu que o governo será “cauteloso” enquanto Boris Johnson se prepara para entregar as más notícias à Inglaterra em uma entrevista coletiva amanhã.

Ele também alertou que não há garantias “absolutas” de que o relaxamento total ocorreria em julho se, como esperado, fosse adiado em um mês.

Os comentários foram feitos enquanto os cientistas alertavam que o país enfrenta uma terceira onda “substancial” impulsionada pela variante indiana – ou Delta -, e ainda não está claro se as vacinas quebraram o vínculo com mortes e doenças graves.

No entanto, o PM já está sendo atingido por uma furiosa reação das empresas e dos parlamentares conservadores.

A indústria de turismo disse que um atraso de quatro semanas pode significar 200.000 empregos e £ 3 bilhões em vendas perdidas.

Enquanto isso, conservadores de alto escalão insistiram que os britânicos devem aceitar que o vírus está conosco “para sempre” e que o governo não pode “se atrapalhar” com bloqueios “devastadores”.

O Sr. Johnson, que está fechando a cúpula do G7 na Cornualha hoje, deve confirmar amanhã que a fase final do roteiro de desbloqueio não acontecerá em 21 de junho, conforme planejado.

Em vez disso, as medidas de distanciamento social precisarão ser mantidas em pubs, bares e restaurantes, provavelmente até 19 de julho.

Em entrevistas esta manhã, o Sr. Raab enfatizou que o governo está sendo guiado ‘pelos dados’ – apontando que o roteiro sempre afirmou que 21 de junho era a data mais próxima possível para o ‘Dia da Liberdade’.

‘Estamos em uma corrida para lançar a segunda dose da vacina contra as variantes’, disse ele à Sky News.

“Precisamos avaliar os dados com muito cuidado. Fizemos um ótimo trabalho com o lançamento desta vacina.

‘Mas, como o primeiro-ministro disse, queremos proceder irreversivelmente e isso significa que precisamos fazer isso com cuidado e cautela.’

Ele disse ao programa Andrew Marr da BBC: ‘Não queremos iô-iô de volta ao normal.’

O conselheiro do governo, Prof Andrew Hayward, disse ao mesmo programa: ‘Agora está muito claro que teremos uma terceira onda substancial de infecções.

‘A grande questão é até que ponto essa onda de infecções vai se traduzir em internações.’

No Times Radio, o Sr. Raab foi questionado se o desbloqueio iria definitivamente em julho, se fosse adiado.

Ele respondeu: ‘Não acho que haja garantias absolutas porque estamos lidando com uma nova vacina e estamos lidando com variantes …’

O professor Hayward disse que o nível de vacinação significa que o impacto será “substancialmente menos ruim do que poderia ter sido”, mas acrescentou que os especialistas ainda não sabem “exatamente o quão ruim será”.

Referindo-se à variante indiana, ele disse: ‘Acho que 60 por cento mais infeccioso é extremamente preocupante, é isso que irá impulsionar a velocidade com que a próxima onda virá.

‘Eu acho que se nós abríssemos mais isso iria realmente atiçar as chamas e levar a um aumento ainda mais rápido.’

Ele acrescentou: ‘Se estivermos dirigindo por uma estrada e chegando a uma curva e você não tiver certeza do que há nessa curva, mas você acha que pode haver algo ruim, você não põe o pé no acelerador, se alguma coisa você diminuir.

‘É análogo a isso. Precisamos ser muito cautelosos porque ainda há uma chance substancial de que possamos ter uma onda de hospitalizações que poderia colocar uma pressão substancial no SNS. ‘

O professor Stephen Reicher, membro do Scientific Pandemic Insights Group on Behaviors (Spi-B), disse à Times Radio que espera que o governo anuncie uma extensão.

“Acho que ouviremos um atraso, porque todos os dados agora apontam para esse lado”, disse ele.

‘Numa situação em que as coisas estão piorando, não sabemos o quanto elas vão piorar. Não sabemos quantas pessoas ficarão gravemente doentes.

‘Ainda há muito dano que pode ser feito, portanto, faz sentido fazer uma pausa.’

Mas o membro do parlamento conservador Steve Baker twittou: ‘Mais cedo ou mais tarde, teremos que decidir se nos contentamos em tropeçar como este como um país, impondo restrições severas que a maioria parece apoiar, mas que estão tendo consequências devastadoras em alguns negócios e a saúde mental de algumas pessoas. ‘

Com a chegada do clima de verão e a Euro 2020 agora em pleno andamento, os chefes de turismo alertaram que um atraso pode ter um custo enorme para a indústria.

Kate Nicholls, presidente-executiva da UKHospitality, disse ao Sunday Times que mais 200.000 empregos podem ser perdidos em todo o setor.

Ela também alertou que um atraso de quatro semanas custará aos pubs, bares, hotéis e restaurantes £ 3 bilhões em vendas perdidas.

Enquanto isso, Sacha Lord, o Conselheiro de Economia Noturna da Grande Manchester, disse que era ‘imperativo’ que o governo emitisse orientações sobre o apoio financeiro disponível para empresas de hospitalidade se um atraso for confirmado.

Ele disse ao MailOnline: ‘Sabemos que nove em cada dez locais já assumiram compromissos com base na data de 21 de junho, seja retirando licença do pessoal ou encomendando estoque, e esses proprietários agora estarão sob forte pressão.

Fomos infantilizados por esse controle minucioso de nossas vidas

Agora é hora de tratar as pessoas como adultos, dando o melhor conselho e apoio às pessoas que querem seguir com a vida sabendo que estão protegidas pela vacina – ou imunidade após a infecção.

Os seres humanos são criaturas sociais. Passar tempo com a família e amigos, apaixonar-se ou explorar outros lugares e culturas não são extras opcionais, são a essência da vida.

Foi difícil. Mas agora é hora de nos levantarmos, sacudirmos a poeira, agradecer ao governo e aos cientistas por fazer um ótimo trabalho com as vacinas e continuar com nossas vidas.

Não há desculpa para mais esta demora catastrófica. É inaceitável restringir os direitos mais fundamentais das pessoas. E isso nunca deve acontecer novamente.

As informações são do Dailymail