IstoÉ Ataca Intérpretes De Libras Do Governo E Gera Indignação IstoÉ Ataca Intérpretes De Libras Do Governo E Gera Indignação

IstoÉ ataca intérpretes de Libras do governo e gera indignação

Matéria classifica trabalho dos tradutores como “exposição de baixo nível” e os acusa de “disseminar sentimentos negativos”

A Revista IstoÉ causou indignação ao publicar uma matéria na sexta-feira (21) atacando os intérpretes de Libras que participam das lives do presidente Jair Bolsonaro às quintas-feiras. Assinado pelo jornalista Fernando Lavieri, o texto intitulado “As (sic) Libras do ódio” diz que o mandatário usa os intérpretes para “disseminar sentimentos negativos” e “intensificar o divisionismo”, chegando a classificar o trabalho como “exposição de baixo nível”.

– Apesar da proposta inclusiva, o evento se tornou uma exposição de baixo nível, um show de palavras de ódio e baixo calão, no qual os tradutores fazem gestos obscenos, interpretam pessoas morrendo por falta de ar, devido à pandemia, e fazem malabarismos para tornar compreensíveis os impropérios que vêm de Bolsonaro.

Fabiano Guimarães da Rocha, mestre em Educação, professor universitário, e intérprete de Libras do governo, usou as redes sociais para denunciar o “preconceito linguístico” e defender seu trabalho.

– Certamente, o jornalista expõe a prática do preconceito linguístico por atacar o direito básico do cidadão surdo, o de se comunicar e de ser comunicado em sua própria língua, a Libras, por sinal. Ainda tentou desqualificar a atividade tradutória exercida pelos tradutores e intérpretes de Libras, os quais são fundamentais para o cumprimento das políticas de acessibilidade e políticas linguísticas – escreveu.

Fabiano expôs o erro no título da matéria, que se referia à língua de sinais como “as Libras”, em vez de utilizar o artigo no singular, pois essa é única. O intérprete também explicou que as expressões faciais e corporais são necessárias à tradução.

– A “fúria”, equivocadamente afirmada pelo autor da matéria, na verdade, são expressões faciais e corporais, elementos formacionais dos sinais da Libras (plano fonológico), essenciais na constituição dos sinais e como marcadores gramaticais em outros níveis linguísticos do idioma visual – declarou.

Elizângela Ramos de Souza Castelo Branco também trabalha na acessibilidade do governo à comunidade surda , e lamentou as “acusações infundadas”, expressando ainda sua preocupação com a mensagem que a matéria pode passar para a sociedade.

– Precisamos ajudar a esclarecer esse equívoco para que a sociedade não entenda que a responsabilidade do discurso é do intérprete. Os surdos tem o direito de receber a informação na íntegra e nós não temos o direito de selecionar o que eles podem ou não receber. Concordando ou não, se eu me dispus a interpretar, precisa ser toda a informação! Se o presidente falou “A” eu tenho a obrigação de fazer com que essa informação chegue ao público de pessoas surdas e faço com muito orgulho – escreveu Elizângela.

A intérprete compartilhou também uma série de notas de repúdio feitas por internautas de dentro e fora da comunidade surda, e de páginas nas redes sociais. Em uma das mensagens, uma usuária do Instagram explica o verdadeiro significado de um dos gestos considerados “obscenos” por Lavieri.

– Que triste uma matéria assim, falta de conhecimento e profissionalismo da revista IstoÉ. Onde tem gestos obscenos na foto do colega? Para quem não sabe, este é o sinal de “eu te amo”, em Libras. Elizangela Castelo Branco, você é uma profissional exemplar, transborda o amor de Cristo, não se abale com uma matéria mentirosa desta – desejou Gisele Guterres.

Fonte: Pleno


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  1. Sinceramente, não faltava mais nada, até os intérpretes de libras estão indo para o cacete, porque fazem careta, porque fazem articulações, tenho acompanhado a algumas missas onde tem os intérpretes de libra, eles fazem as mesmas articulações, fazem os mesmos gestos, ninguem diz nada, agora, porque isso faz parte do conteúdo de leitura para que as pessoas com problemas de audição possam se integrar ao que está acontecendo no governo, há isso não pode, é obsceno, vão procurar o que fazer malditos.

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