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Primeira-dama cita 50 milhões de habitantes e 300 idiomas na floresta — números inexistentes segundo o IBGE
O discurso da primeira-dama Janja da Silva, no palco da COP30, neste domingo (2), ganhou repercussão internacional não pelo conteúdo ambiental, mas pelas mentiras apresentadas como fatos.
Em tom poético e emocional, Janja afirmou que a Amazônia brasileira “pulsa no peito de seus quase 50 milhões de habitantes”, abriga “400 povos indígenas” e “fala mais de 300 idiomas”.
Nada disso é verdadeiro.
Segundo os dados oficiais do IBGE, a Amazônia Legal — que inclui os nove estados da região — possui 30,1 milhões de habitantes, ou seja, 20 milhões a menos do que o número anunciado pela primeira-dama.
População inflada, idiomas inventados e etnias arredondadas
As demais informações também destoam da realidade. O Censo 2022 aponta 391 etnias indígenas em todo o Brasil e 295 idiomas nativos registrados, não “mais de 300 apenas na Amazônia”.
Ou seja: nenhum dos números citados por Janja existe.
Ainda assim, a primeira-dama apresentou as afirmações como se fossem baseadas em estudos oficiais, reforçando o tom messiânico de seu discurso, no qual a Amazônia foi descrita como “vida, resistência e o coração do planeta”.
Discurso político disfarçado de poesia
A fala de Janja foi mais um exemplo da tentativa do governo de substituir fatos por narrativa.
Em vez de se apoiar em dados técnicos, ela optou por uma retórica de exaltação, misturando militância ideológica com informações falsas, o que fragilizou o conteúdo de um dos principais eventos ambientais do mundo.
No encerramento, pediu aplausos e concluiu com uma frase de efeito —
“Sem mulher, não tem floresta em pé.”
O tom teatral pode ter agradado o público simpático à pauta ambientalista, mas causou incômodo entre pesquisadores e especialistas da área, que destacaram o caráter político e fantasioso da fala.
Fatos versus propaganda
Enquanto o governo investe em discursos simbólicos e slogans emocionais, os números oficiais continuam a ser ignorados.
A Amazônia não precisa de fantasias estatísticas para ser valorizada. Mas quando uma figura pública como a primeira-dama mente publicamente sobre dados oficiais, o resultado é a perda de credibilidade nacional e internacional.
A floresta é importante demais para ser tratada com dados fabricados e retórica panfletária.
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A Maria ” porta de cadeia” tá aprendendo a mentir com o 9 dedos!