Juiz é investigado por furto de champanhe em supermercado

Eduardo Appio, ex-magistrado da Lava Jato, teria saído do estabelecimento sem pagar duas garrafas de Moet Chandon

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), sediado em Porto Alegre, abriu uma investigação sigilosa contra o juiz Eduardo Appio, atualmente lotado em Santa Catarina, por suspeita de em um supermercado de Blumenau.

O caso envolve o suposto desvio de duas garrafas de champanhe Moet Chandon, avaliadas em cerca de R$ 540 cada. Segundo autoridades estaduais, o episódio foi registrado em boletim de ocorrência e encaminhado ao TRF-4, responsável por analisar a conduta de magistrados federais da região Sul.

De acordo com fontes consultadas pela CNN Brasil, as imagens de câmeras de segurança do estabelecimento mostram o juiz deixando o local sem efetuar o pagamento. O tribunal, no entanto, informou que não comentará o caso, uma vez que o procedimento tramita sob segredo de .


Ex-juiz da

Eduardo Appio ficou conhecido nacionalmente ao assumir a 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, após a saída do então juiz Sérgio Moro e de seus sucessores.

Appio ocupou o cargo por poucos meses, sendo afastado em 2023 após suspeitas de conduta imprópria. Ele foi acusado de fazer uma ligação anônima com supostas ameaças ao filho de um desembargador federal do TRF-4, que integrava o grupo responsável pela supervisão da operação.

Na ocasião, o juiz admitiu comportamento inadequado e aceitou um acordo disciplinar, deixando a vara criminal em troca do encerramento de um processo administrativo que corria no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Peço afastamento da vara criminal e aceito remoção para uma unidade cível, menos polêmica”, declarou Appio na época à imprensa.

O caso foi arquivado pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, em janeiro deste ano. Appio foi então transferido para a 18ª Vara Federal de Curitiba, especializada em causas previdenciárias.


Novo episódio em Santa Catarina

Após a mudança para o Estado catarinense, Appio passou a atuar na Justiça Federal de Blumenau. A suposta ocorrência no supermercado teria sido registrada em setembro de 2024, mas só veio a público nesta semana.

Segundo informações preliminares, o juiz não foi preso em flagrante, e o caso foi remetido diretamente ao TRF-4, por envolver um magistrado com prerrogativa de foro.

Fontes próximas à investigação afirmam que testemunhas e funcionários do local foram ouvidos pela Polícia Civil de Santa Catarina, que colabora com a apuração administrativa.


Histórico e repercussão

Eduardo Appio tem histórico de posicionamentos críticos à Lava Jato e chegou a reverter decisões de fases anteriores da operação. Sua nomeação e posterior afastamento geraram intensa polarização no meio jurídico.

Agora, o novo episódio reacende o debate sobre a conduta disciplinar de magistrados e o papel do CNJ em casos de repercussão pública.

Procurado, o juiz não se manifestou oficialmente até a publicação desta matéria.

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  1. Existe um ditado no RS
    Que diz: cachorro comedor de ovelha só matando. Nao é para matar o magistrado é só para colocá-lo para fora sem emprego, muitas chances e acordos para nada. E ainda vem para SC???

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