Mensagem final: PM escreveu à esposa momentos antes de morrer em ação

Esposa de Heber Carvalho compartilha última conversa; policial do Bope atuava há 17 anos na corporação

O policial militar Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, integrante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), foi um dos agentes mortos durante a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (28). Pouco antes de ser atingido em confronto com criminosos do Comando Vermelho (CV), o sargento enviou uma mensagem à esposa, Jéssica Michele, que agora emociona as redes sociais.

“Estou bem. Continua orando”, escreveu Heber em uma troca de mensagens com a esposa.

A conversa, revelada por Jéssica nesta quarta-feira (29), mostra que ela havia perguntado se o marido estava seguro e protegido:

“Você está bem? Deus está te cobrindo. Estou orando.”

O policial respondeu pedindo que ela continuasse orando, mas, logo em seguida, parou de responder. Minutos depois, Jéssica enviou novas mensagens, demonstrando preocupação ao não obter retorno.

“Te amo. Cuidado, pelo amor de Deus. Muitos baleados. Amor, me dá sinal de vida sempre que puder”, escreveu a esposa.

Família e homenagem nas redes sociais

Em uma publicação posterior, Jéssica compartilhou o print da conversa e fez um desabafo comovente:

“Você não falou mais. E agora, o que vou falar para a Sofia?”, escreveu, mencionando a filha do casal.

Ela também publicou uma foto da família e lembrou que o marido morreu no mês do aniversário da filha:

“Outubro, mês do aniversário da minha filha. E para o resto da vida ela vai lembrar do paizinho dela.”

Heber estava há 17 anos na Polícia Militar e era reconhecido entre os colegas pela dedicação ao serviço. Segundo Jéssica, o sargento costumava dizer que, a cada vez que perdia um companheiro de farda, sentia que tinha “uma senha nas mãos” — e que, se chegasse sua vez, seria fazendo o que mais amava.

“A gente nunca acredita, esse dia chegou. Não consigo explicar essa dor”, lamentou a viúva.

O colega de tropa Cleiton Serafim Gonçalves também morreu na mesma operação, que terminou com dezenas de criminosos mortos.

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