Comitiva cobra investigação independente e classifica megaoperação como “fracasso”
As ministras Anielle Franco (Igualdade Racial) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania) visitaram, nesta quinta-feira (30), as favelas do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, palco da Operação Contenção, a mais letal da história da cidade. A ação policial, realizada contra o Comando Vermelho, deixou 121 mortos e 113 presos, segundo estimativas iniciais das autoridades.
A comitiva integrou também os deputados federais Reimont (PT-RJ), Benedita da Silva (PT-RJ), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Talíria Petrone (PSOL-RJ), além dos parlamentares do PSOL Pastor Henrique Vieira, Tarcísio Motta e Chico Alencar. O grupo adotou uma postura crítica à condução da operação e pediu a abertura de uma investigação independente sobre as mortes.
Visitas e reuniões oficiais
A visita das ministras do governo Luiz Inácio Lula da Silva fez parte de uma diligência da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados. O roteiro incluiu passagens pela Central Única das Favelas (CUFA), uma vistoria no Instituto Médico-Legal (IML) e reuniões com a Defensoria Pública.
À noite, o grupo se reuniu com movimentos sociais na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde foi anunciada a criação de um gabinete de crise sobre segurança pública.
Críticas à operação
Durante entrevista coletiva, a ministra Macaé Evaristo classificou a operação como “um fracasso, uma tragédia, um horror inominável”, e anunciou medidas emergenciais para acolher os familiares das vítimas e oferecer atendimento psicossocial às comunidades afetadas. Ela também defendeu proteção a testemunhas e revisão das práticas de segurança pública.
Já Anielle Franco destacou que o foco da visita foi ouvir as famílias e restabelecer os serviços públicos interrompidos.
“Segurança pública e combate ao crime organizado se faz com estratégia, inteligência, colaboração e, principalmente, com redução das desigualdades e vulnerabilidades”, afirmou a ministra.
Em discurso na Câmara, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) também condenou a ação policial e responsabilizou o governador Cláudio Castro (PL).
“É de doer ouvir nesta Casa que ‘a esquerda protege bandido’. Nós não protegemos bandidos, nós protegemos as famílias decentes”, declarou.
Acesso seguro às comunidades
A comitiva entrou no Complexo do Alemão dois dias após a operação, sem enfrentar resistência ou incidentes. Não houve relatos de ataques nem ameaças à segurança dos ministros e parlamentares presentes.
Pelo que se ver, Lula e Maduro são da mesma panela, ou seja, são líderes do tráfico..