Recém-nascido prematuro havia sido dado como morto, mas sobreviveu por dois dias após ser levado à UTI
O bebê prematuro que havia sido declarado morto ao nascer na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco (AC), e que surpreendeu familiares ao apresentar sinais de vida durante o velório, morreu na noite de domingo (26). A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) em nota divulgada nesta segunda-feira (27).
Segundo o comunicado, a causa da morte foi choque séptico e sepse neonatal. A criança, nascida com cinco meses de gestação e peso pouco superior a 500 gramas, chegou a ser levada para uma UTI neonatal após os familiares perceberem batimentos e movimentos durante os preparativos para o sepultamento, no sábado (25).
Em nota, a Sesacre afirmou que “todos os esforços possíveis foram realizados para garantir o melhor cuidado e suporte” ao bebê, mas o quadro clínico era extremamente delicado. A transferência para outra unidade hospitalar não chegou a ser cogitada devido ao alto risco de agravamento da condição pela prematuridade extrema.
A diretora-geral da maternidade, Simone da Silva Prado, e o secretário estadual de Saúde, Pedro Pascoal Duarte Pinheiro Zambon, assinaram o comunicado oficial, que expressa pesar pela perda:
“Neste momento de imensa dor, expressamos nossa solidariedade e respeito à mãe, ao pai e a todos os familiares, desejando que encontrem conforto e acolhimento diante dessa perda irreparável.”
Investigações sobre possível erro médico
O caso, que comoveu o país, está sendo investigado pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) e pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-AC). As apurações buscam identificar se houve negligência ou falha nos procedimentos médicos que resultaram na constatação precoce da morte.
A Sesacre informou que a equipe responsável pelo primeiro atendimento foi afastada preventivamente para garantir transparência na investigação. O governo do Acre também determinou a abertura de um inquérito administrativo para apurar os fatos de forma minuciosa.
O episódio gerou forte repercussão nacional, levantando debates sobre protocolos hospitalares em casos de prematuridade extrema e a necessidade de revisão de práticas de verificação de óbito em recém-nascidos.