Governador de São Paulo defende classificar o crime organizado como terrorismo e elogia operação no Rio
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a defender a criação de um projeto de lei que enquadre o crime organizado como terrorismo, medida que, segundo ele, é essencial para endurecer as punições e fortalecer o combate às facções criminosas no país.
“Não vai haver país forte quando o crime organizado está governando. E aí, mudanças na legislação são fundamentais […] para que a gente possa endurecer penas e aumentar o custo do crime”, declarou Tarcísio.
O governador ainda afirmou que “o que o PCC fez em São Paulo, em 2006, é terrorismo”, referindo-se à onda de ataques coordenados pela facção naquele ano.
Reunião de governadores e apoio à operação no Rio
As declarações foram dadas na quinta-feira (30), durante uma videoconferência com governadores de direita. O encontro contou com a participação de Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, Eduardo Riedel (PSDB), do Mato Grosso do Sul, e Celina Leão (PP), vice-governadora do Distrito Federal.
A reunião foi motivada pela megaoperação contra o Comando Vermelho, que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro, na terça-feira (28). Tarcísio elogiou a atuação das forças fluminenses e lamentou as mortes de policiais durante o confronto.
“Colocamos as forças de segurança de São Paulo à completa disposição do Rio de Janeiro”, afirmou.
Avanços em São Paulo e endurecimento contra facções
Durante o encontro, Tarcísio destacou ações de combate ao crime em São Paulo, como a repressão ao tráfico na Cracolândia, o enfrentamento de esquemas ligados ao setor de transportes e combustíveis e o combate à lavagem de dinheiro por meio de fintechs e comércios de fachada.
O governador afirmou que a cooperação entre estados é fundamental para enfraquecer o poder das facções, que operam de forma integrada em várias regiões do país.
“Precisamos de uma legislação que reconheça o que enfrentamos: organizações com poder financeiro e armamento pesado, que ameaçam a soberania do Estado”, completou Tarcísio.
O debate sobre o enquadramento do crime organizado como terrorismo tem ganhado força entre governadores aliados, especialmente após o aumento da pressão política por respostas mais duras às facções criminosas.