Polícia identifica armamento estrangeiro e falsificações entre armas apreendidas no Complexo do Alemão
O delegado Vinícius Domingos informou nesta quarta-feira (29) que a megaoperação policial realizada na terça (28) no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, resultou na apreensão de dezenas de fuzis, incluindo armas pertencentes a forças armadas da Venezuela, do Peru e da Argentina. Segundo o delegado, a descoberta reforça a suspeita de que parte do armamento em circulação no estado entra no país por rotas de fronteira internacionais, especialmente pela Amazônia e pelo Paraguai.
Durante a operação, a polícia recolheu fuzis de diferentes origens e modelos: 11 da família G3 (de fabricação alemã), 16 de plataforma K47 (russa), 13 de modelo belga, além de outros de plataforma americana. Parte dessas armas, no entanto, apresentou indícios de fabricação falsificada.
“Mais de 90% dos fuzis de plataforma R são cop fake, são falsificados, com capacidade letal, mas sem padrão de qualidade das originais”, afirmou Domingos.
Armas identificadas como pertencentes a forças estrangeiras
Entre o material apreendido, dois fuzis FAL foram reconhecidos como pertencentes às Forças Armadas da Venezuela, dois traziam marcas das Forças Armadas Brasileiras, um estava associado à Argentina e um modelo G3 foi vinculado à Força Armada do Peru.
De acordo com o delegado, o fato de haver armas de uso militar estrangeiro reforça a hipótese de que parte do arsenal não é proveniente de roubos internos, mas de contrabando transnacional, o que exigirá cooperação internacional para rastrear as origens e trajetos dessas armas.
Armas passarão por perícia e análise técnica
O armamento apreendido será submetido a perícia inicial e posteriormente encaminhado ao Centro de Fiscalização de Armas e Explosivos (CEFAI), onde passará por análise detalhada. Os resultados serão incorporados a um banco de dados nacional que servirá de apoio a investigações e inquéritos em delegacias especializadas.
“Essas análises permitirão identificar origem e avaliar a destinação”, explicou o delegado.
Domingos acrescentou que as armas em boas condições técnicas poderão ser reaproveitadas para reforçar o arsenal das forças policiais, enquanto as demais seguirão para procedimentos judiciais e destruição conforme a legislação.