Declaração acirra tensões entre Bogotá e Washington após troca de acusações sobre drogas e política externa
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, voltou a causar polêmica internacional ao sugerir, em entrevista à emissora Univision, que a “humanidade deveria tirar Donald Trump do poder”. A fala, feita nesta segunda-feira (20), elevou a temperatura diplomática entre o governo colombiano e os Estados Unidos, em meio à deterioração das relações bilaterais.
“A humanidade tem uma primeira saída, que é mudar Trump. Há diferentes maneiras. A maneira mais fácil pode ser através do próprio Trump. Se não, tirar Trump”, declarou Petro.
A declaração foi feita após o anúncio de uma operação militar norte-americana contra o tráfico de drogas no mar do Caribe, o que teria sido interpretado por Petro como um ato hostil.
Reações imediatas e críticas severas nos EUA
As palavras do presidente colombiano repercutiram mal tanto dentro da Colômbia quanto nos Estados Unidos. Líderes políticos norte-americanos classificaram o comentário como “irresponsável” e “ameaçador”.
O deputado Carlos Giménez, da Flórida, foi um dos primeiros a reagir, acusando Petro de colocar em risco a segurança dos EUA:
“O narcoterrorista-chefe da Colômbia, Gustavo Petro, está completamente desequilibrado. Ele continua a lançar ameaças ao presidente Trump e representa um perigo muito sério para a segurança da nossa nação”, escreveu no X (antigo Twitter).
Petro tenta recuar e diz ter sido “mal interpretado”
Diante da repercussão negativa, Petro usou as redes sociais para negar que tenha ameaçado Trump e afirmar que suas palavras foram mal compreendidas.
“Eu não ameacei Trump; apenas disse que Trump deveria mudar sua postura, deixando de defender políticas mortíferas em todo o mundo, como o genocídio na Palestina, e adotando políticas que priorizem vidas. Se essa mudança não acontecer, o próprio povo americano mudará Trump, porque não podemos cometer suicídio”, escreveu.
O líder colombiano, ex-guerrilheiro e integrante da esquerda latino-americana, afirmou que sua fala foi uma crítica política, e não uma ameaça.
Trump rebate e acusa Petro de comandar o tráfico de drogas
O atrito entre os dois líderes ganhou força depois que, no domingo (19), Donald Trump anunciou o fim da ajuda financeira dos EUA à Colômbia e acusou Petro de ser “líder do tráfico de drogas” no país.
“O presidente colombiano Gustavo Petro é um líder do tráfico de drogas que incentiva fortemente a produção em massa de drogas, em campos grandes e pequenos, por toda a Colômbia. Tornou-se, de longe, o maior negócio da Colômbia, e Petro não faz nada para impedi-lo, apesar dos pagamentos e subsídios em larga escala dos EUA, que nada mais são do que um roubo a longo prazo da América”, escreveu Trump na Truth Social.
A declaração de Trump encerrou simbolicamente uma fase de cooperação bilateral e escancarou o colapso diplomático entre os dois países.
Petro fala em tentativa de golpe
Em resposta, Petro voltou à carga nesta terça-feira (21), acusando o ex-presidente americano de tentar desestabilizar seu governo:
“O presidente Trump não gosta de estar fora de controle, e aqui devo informar meu povo e o mundo, porque ele me fez fugir do controle, porque ele quer um golpe de Estado contra mim e porque o senador Bernie Moreno quer violência contra a Colômbia.”
As declarações ampliaram o clima de tensão diplomática e deixaram Washington e Bogotá em rota de colisão inédita desde o início da redemocratização colombiana.
Analistas internacionais avaliam que o episódio marca uma das piores crises diplomáticas recentes entre os dois países, com potenciais impactos em acordos de segurança e cooperação antidrogas.
Alguns países latinos americanos precisam de uma faxina na política, os governantes são todos farinha do mesmo saco , ou melhor, merda do mesmo monte: Colômbia, Venezuela, Nicarágua e Brasil são exemplos de má gestão.