Roberto Jefferson Roberto Jefferson

R. Jefferson escreveu “última carta” antes de ser transferido

O ex-deputado relatou detalhes de seus problemas de saúde

Cristiane Brasil, filha do presidente do PTB , divulgou nas redes sociais neste sábado (4) uma carta escrita por seu pai quando ele ainda estava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Bangu, no Rio de Janeiro.

Em seis páginas escritas à mão, o ex-deputado relatava seus problemas de saúde e pedia transferência imediata para um hospital particular do Rio de Janeiro (RJ).

– Gostaria de me tratar, mesmo mantida a condição de preso político, no meu hospital, com meus médicos e sob supervisão da minha Ana, minha super mulher e donatária – escreveu.

Jefferson relatou ainda que estava sem febre e que as dores diminuíram. No entanto, ele havia começado um novo ciclo de antibióticos na semana passada para conter uma infecção renal.

– Estou no meio de uma infecção renal que não cede. Estou com pielonefrite desde antes de ser preso, para cá vim em tratamento […]. A infecção renal é causada pela falta de sangue, a falta de sangue é disfunção cardíaca grave – detalhou.

A filha do político disse que seu pai corre risco de morte e que sua vida dependeria da “caneta” do ministro do STF Alexandre de Moraes.

– Meu pai corre sério risco de morte. Ou ele sai imediatamente para o hospital ou pode ser tarde demais. Está nas mãos do Alexandre de Moraes. Agora acabou a brincadeira de Deus. Agora a vida do meu pai está na caneta dele – declarou.

No fim da tarde de sábado, um pouco depois da publicação de Cristiane, Moraes decidiu autorizar a transferência de Roberto Jefferson para um hospital. Ele acatou um pedido feito pela defesa do presidente nacional do PTB.

Leia a carta na íntegra:

Leões e Leoas, guerreiros do Partido Trabalhista Brasileiro

Escrevo essa carta a vocês, às 18 horas, no momento em que muitos cristãos voltam-se a Deus para acalmar suas aflições, reabastecer suas esperanças e a fé; para agradecer e louvar: Grandioso és TU.

Tenho orado por todos, meus irmãos e irmãs de afeto, pois irmãos em Cristo e tendo como segunda morada o nosso partido.

Tenho um complexo quadro clínico do qual me dei conta ora na prisão e na doença.

Estou no meio de uma infecção renal que não cede. Estou com pielonefrite desde antes de ser preso, para cá vim em tratamento. Ultrapassados os catorze dias do primeiro antibiótico a doença recidivou. Experimento, desde segunda-feira passada, novos antibióticos em comprimidos e venosos, sem muitos avanços até agora. Não tenho mais as intensas dores renais, são 20% em relação ao princípio. Não tenho febre, já sob controle. Tenho perceptível edema nos tornozelos e o antibiótico venoso foi aumentado para três aplicações diárias: seis, catorze e vinte e duas horas.

Hoje pude ler o laudo de meu cardiologista, Dr. João Mansur Filho, que me foi cedido, juntamente como laudo do meu cirurgião, Dr. Antonio Talvane, que confirmam uma suspeita que me invade o coração. Tenho graves lesões coronarianas consequência de tratamento radioterápico no combate ao câncer, quando irradiei o mediastino. Minha capacidade de ejeção está reduzida a 38%. Em outubro do ano passado passei onze dias internado com covid. Do covid sarei, mas de lá para cá percebo um constante edemaciamento nos tornozelos.

A doença renal pode ser, segundo os médicos, causada pela disfunção cardíaca, já que os rins são o órgão do corpo humano que mais consome sangue; ele é o campeão de consumo. Tenho certeza que meu problema é esse, a infecção renal é causada pela falta de sangue; a falta de sangue é disfunção cardíaca grave.

Meu histórico de saúde, a meus irmãos e irmãs, é esse.

Escrevo essa carta à mão, para que minhas palavras acompanhem a pulsação de minhas ideias e expectativas. A carta manuscrita descobre o autor, sou eu, seu irmão em Cristo e no PTB. SOU EU.

Eu gostaria, apesar de estar sendo muito bem tratado, de poder contar com a equipe multidisciplinar que me atende desde 2012, quando fiz a primeira cirurgia para a retirada de adeno-carcinoma na cabeça do pâncreas: Dr. Abdon Hissa, Dr. Antonio Talvane, Dr. João Mansur Filho, Dra. Marcela Drumond e Dr. Bruno, equipe, que depois de Deus, me colocou de pé e me manteve para que eu possa cumprir em vida os propósitos do Pai, mais a Constituição, ao lado junto com todos, do maior partido trabalhista cristão conservador das Américas. O maior.

Esse é o meu projeto político pessoal, mercê do criador.

Fora a distância dos médicos em quem confio, não suporto mais ficar longe de minha Ana, a quem pude ver de modo fugaz, rapidamente, por duas vezes. Ela, a minha companheira em toda essa jornada de tribulação. Sei que foi na dor e nas provações que o Senhor me fez crescer. Mas eu não teria chegado até Ele não fossem as mãos crentes e angelicais de minha Ana. Estou, confesso, pe4la metade: com Deus, mas sem minha Ana.

Gostaria de me tratar, mesmo mantida a condição de preso político, no meu hospital, com os meus médicos e com a SUPERVISÂO de minha Ana. Kkkkk. Minha super mulher e donatária. Compreendam, não profetizo contra mim, mas dentro do grave quadro clínico em que me encontro, se houver, se houver, se… Quero estar entre as pessoas que amo; minha Ana, minha mãe, meus filhos, meus Pastor Jean Max. Não quero estar nas mãos de desconhecidos para mim.

Minhas noites são insones, esse é um lugar de tratamento de presidiários, e em sua maioria, 80% tuberculosos. Covid novos os casos, há 180 tuberculosos e 3 doentes com covid, mas esses vieram contaminados de fora. Por uma coincidência, aqui se consome em larga escala IVERMECTINA, há muitos anos, dadas as infecções de sarna. São 27 mil presos. Longas são as noites. Os barulhos dos gemidos e dos gritos doridos; o resfolegar angustiado e agônico dos sem ar. O barulho surdo da caridade apressada; o tinir de chaves pesadas. O estrondo dos cadeados e ferrolhos, abrindo e fechando. Esse ritual de expiações inicia no grito de socorro que aprendi, ouvindo aqui: “Seu funcionário, ô seu funcionário, me acode pelo amor de Deus”.

Homens que vegetam numa vida sem vida, pois sem liberdade. Cumprindo dupla prisão: atrás das grades e acorrentados ao leito das enfermidades.

São noites fantasmagóricas, onde a desesperança e o sofrimento vagueiam pelos corredores.

Por favor meus irmãos e irmãs, ajudem-me a sair dessa jaula. Sou leão ferido, mas ainda em condições de rugir. Mamei numa leoa, minha mãe. Sou casado com uma leoa.

Faço parte de uma forte e vigorosa alcateia de Leões e Leoas, VOCÊS.

Juntos ainda, por muitos anos, poremos a correr os chacais e as hienas que por um momento, por descuido nosso, tomaram conta de nossa Pátria Amada, Terra de Santa Cruz.

Nossa luta é por servir. Travada pelo poder do amor, jamais será pelo amor poder.

Irmãos me ajudem a sair daqui. Essa é minha petição.

Nossa Força e Vitória é JESUS

Roberto Jefferson


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