Pedido de indenização é de R$ 44 mil
O jornalista Sikêra Jr. moveu um processo contra Jacson Damasceno, apresentador do programa Brasil Urgente do Rio Grande do Norte. Após declarações de Sikêra contra a comunidade LGBT, Jacson utilizou o espaço do programa, na Band, para criticar Sikêra.
O apresentador da Rede TV! pede que seja indenizado em R$ 44 mil por danos morais “em decorrência das informações inverídicas e desrespeitosas divulgadas pelo Requerido através de programa televisivo, rede social em âmbito mundial, com acusações inverídicas e exposição do nome do autor, de forma a ridicularizá-lo e agredi-lo moralmente com tais afirmações a seu respeito”.
Durante o programa, Jacson questionou o que Sikêra trouxe de construtivo para o Brasil “com suas palhaçadas” e chegou a questionar quem era o apresentador em comparação a Paulo Gustavo, Joãozinho Trinta, Clodovil, Cássia Eller, Renato Russo, Cazuza “e tantos outros gays e lésbicas que orgulham e honram esse país”.
– A sexualidade da pessoa não diferencia em nada, não a diminui em nada. Quem é você pra dizer que uma pessoa é um desgraçado filho do cão? Quem é você, Sikêra Jr? Se enxergue rapaz, você é um ‘coroão’ velho, se enxergue, se coloque no seu lugar. Respeite seus cabelos brancos, pregue, alguma coisa que preste nesse país – disse o apresentador da Band.
Além da indenização, Sikêra exige que Jacson se retrate por dois dias em seu programa de TV. A retratação também deve ser publicada no site e nas redes sociais da emissora juntamente com a decisão judicial e um vídeo gravado pelo advogado de Sikêra.
O envio de um ofício à comissão de ética da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) para apurar infração disciplinar contra o apresentador da Band também está entre os pedidos da defesa.
A FALA DE SIKÊRA
A fala de Jacson foi uma reação a uma polêmica fala de Sikêra durante o programa Alerta Nacional. No dia 25 de junho, ao comentar propaganda do Burger King envolvendo crianças e a pauta LGBT, o apresentador chamou a comunidade de “raça desgraçada”.
– Vocês são nojentos. A gente está calado, engolindo essa raça desgraçada, mas vai chegar um momento que vamos ter que fazer um barulho maior. Deixa a criança crescer, brincar, descobrir por ela mesma. O comercial é podre, nojento. Isso não é conversa para criança – afirmou.
Na ocasião, a fala foi muito comentada e rendeu ao apresentador processos e cancelamentos de patrocinadores. Após a repercussão, Sikêra pediu perdão e disse que se excedeu “no calor do comentário”, mas acrescentou que “não posso me calar quando vejo crianças sendo usadas como peças publicitárias para venderem ideologias. Elas precisam brincar, estudar e ser crianças”.
– Não posso me calar quando vejo crianças sendo usadas como peças publicitárias para venderem ideologias. Elas precisam brincar, estudar e ser crianças.