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“Temos um governo pró-criminosos”, diz Zema em resposta a Lula após fala sobre operação no Rio

Governador mineiro critica Planalto e cobra endurecimento nas leis: “A PEC precisa é colocar bandido atrás das grades”

O governador de Minas Gerais, (Novo), voltou a criticar o governo do presidente Luiz Inácio da Silva (PT) nesta terça-feira (4), afirmando que o país vive sob “um governo que enaltece quem comete crimes”.

Em um vídeo publicado no X (antigo Twitter), Zema comentou o debate sobre segurança pública e defendeu que o Projeto de Lei Antifacção, proposto pelo , “precisa colocar bandido atrás das grades”.

“Quando inocentes morrem, esse governo faz vista grossa. Quando bandidos morrem, vão lá pedir esclarecimento”, disse o governador.

Zema também mencionou as tentativas dos governadores do Sul e Sudeste de endurecer a legislação penal. Segundo ele, medidas simples foram ignoradas pelo governo federal.

“Eu e os seis outros governadores do Sul e do Sudeste, no dia 25 de março do ano passado, levamos para o ministro Lewandowski, ministro da Justiça, as nossas propostas para a PEC da Segurança, coisas básicas e simples, como qualquer criminoso que romper a tornozeleira eletrônica estar com seu mandado de prisão automaticamente feito. Isso não foi colocado na PEC, que é coisa mais básica do que essa. A PEC precisa é colocar bandido atrás das grades, que o Brasil não faz.”

O governador ainda relatou um caso apresentado pela de Minas Gerais como exemplo da impunidade que, segundo ele, predomina no país:

“Eu tenho aqui caso que o comandante da Polícia Militar me mostrou: uma pessoa com 88 ocorrências de furto, de roubos, principalmente de celulares, que hoje deve estar roubando mais uma vez. Vai ter uma audiência de custódia e será solto. E, infelizmente, o governo federal não abriu os olhos. Nós temos hoje, nós temos de lembrar um governo que enaltece quem comete crimes. Como o próprio presidente deixou muito claro em um discurso: quando inocentes morrem, esse governo faz vista grossa; quando bandidos morrem, vão lá pedir esclarecimento. É muito difícil dialogar quando você tem uma visão assim.”

As falas de Zema foram uma resposta direta às declarações do presidente Lula, feitas no mesmo dia, durante entrevista a correspondentes internacionais. O presidente se referiu à operação policial contra o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, que deixou mais de 120 mortos, e classificou o episódio como uma “matança”.

Lula: “Não tinha uma ordem de matança. E houve matança”

Durante a entrevista à Associated Press e à Reuters, o presidente afirmou:

“Vamos ver se a gente consegue fazer essa investigação. Porque a decisão do juiz era uma ordem de prisão, não tinha uma ordem de matança. E houve matança.”

Segundo Lula, o governo tenta garantir que a apuração sobre o caso tenha participação da :

“Nós estamos tentando essa investigação. Inclusive estamos tentando ver se é possível os legistas da Polícia Federal participarem do processo de investigação da morte, como é que foi feito, porque tem muitos discursos, tem muita coisa.”

O presidente também ressaltou a importância de entender como se deu a ação policial, afirmando que ainda há versões contraditórias:

“Eu acho que é importante a gente verificar em que condições ela [a operação] se deu, porque até agora nós temos uma versão contada pela polícia, contada pelo governo do estado e tem gente que quer saber se tudo aquilo aconteceu do jeito que eles falam ou se teve alguma coisa mais delicada na operação.”

Por fim, Lula classificou o episódio como “desastroso” do ponto de vista da atuação do Estado:

“O dado concreto é que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortes, as pessoas podem considerar um sucesso, mas do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa.”


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