Presidente dos EUA minimiza risco de conflito, mas amplia presença militar no Caribe
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou no domingo (3) que acredita que os dias de Nicolás Maduro à frente da Venezuela “estão contados”, embora tenha minimizado a possibilidade de uma guerra entre os dois países.
A afirmação foi feita em entrevista à CBS, em meio ao envio de tropas e navios norte-americanos ao Caribe, região onde os EUA têm realizado operações contra o tráfico de drogas que já resultaram na morte de dezenas de pessoas.
Questionado se haveria risco de conflito direto, Trump respondeu:
“Duvido. Não acredito.”
Sobre o futuro do presidente venezuelano, completou:
“Eu diria que sim. Acho que sim.”
Operações dos EUA geram críticas internacionais
Nas últimas semanas, os Estados Unidos realizaram mais de 15 ataques a embarcações no Caribe e no Pacífico, com um saldo de ao menos 65 mortos, segundo fontes locais. O ataque mais recente ocorreu no sábado (2).
O governo norte-americano afirma que as ações têm como alvo redes de tráfico internacional de drogas, mas até agora não apresentou provas de que as embarcações atingidas transportavam entorpecentes ou representavam ameaça direta aos EUA.
Especialistas em direito internacional afirmam que as ações podem caracterizar execuções extrajudiciais, ainda que envolvam traficantes conhecidos.
Em resposta, Maduro acusou Washington de usar o combate ao narcotráfico como pretexto para “impor uma mudança de regime” e controlar o petróleo venezuelano.
Fuzileiros navais fazem exercícios em Porto Rico
Enquanto isso, o Pentágono confirmou que o Corpo de Fuzileiros Navais conduziu operações de treinamento em Porto Rico, intensificando o deslocamento militar dos EUA no Caribe.
Segundo comunicado do Comando Sul (SOUTHCOM), a 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais realizou exercícios de desembarque e infiltração com apoio de helicópteros UH-1Y e Apache, além de veículos aerodeslizadores LCAC e táticos Polaris MRZR.
As imagens divulgadas pelo SOUTHCOM mostram operações anfíbias e manobras táticas, acompanhadas por trilha sonora cinematográfica, reforçando a mensagem de prontidão das forças norte-americanas.
“O posicionamento das forças no Caribe apoia as missões do Comando Sul, as operações do Departamento de Defesa e as prioridades do presidente para desarticular o tráfico ilícito de drogas e proteger o território nacional”, informou o comunicado.
Contexto de tensão e pressão política
As declarações de Trump aumentam a pressão internacional sobre Maduro, que enfrenta sanções econômicas e isolamento diplomático desde que os EUA deixaram de reconhecer sua reeleição em 2018.
Apesar do tom firme, o governo americano tem evitado confirmar planos de ação direta contra Caracas, limitando-se a operações militares regionais e reforço de sanções como parte da política de “pressão máxima”.