Virologista: China excluiu dados sobre COVID-19 em possível encobrimento

A China excluiu os primeiros dados do COVID-19 em um possível esforço para encobrir suas origens – dificultando a investigação da Organização Mundial de Saúde sobre se o vírus vazou de um laboratório em Wuhan, de acordo com um artigo científico publicado na quarta-feira.

Mais de uma dúzia de sequências de teste de coronavírus tomadas durante os primeiros meses da pandemia foram removidas de um banco de dados internacional usado para rastrear a evolução do vírus, de acordo com um relatório de autoria de Jesse Bloom, virologista e biólogo evolucionário do Fred Hutchinson Cancer Research Center em Seattle.

Bloom conclui que a China provavelmente excluiu os dados do Arquivo de leitura de sequência do National Institutes of Health para “obscurecer sua existência”.

“O fato de que tal conjunto de dados informativos foi excluído tem implicações além daquelas coletadas diretamente das sequências recuperadas. Amostras de primeiros pacientes ambulatoriais em Wuhan são uma mina de ouro para qualquer pessoa que busca entender a propagação do vírus ”, escreve Bloom no artigo, intitulado “ A recuperação de dados de sequenciamento profundo deletado lança mais luz sobre a epidemia inicial de SARS-CoV-2 de Wuhan. ”

“Não há razão científica plausível para a exclusão… Portanto, parece provável que as sequências foram excluídas para obscurecer sua existência”, afirma o relatório.

Durante sua pesquisa, Bloom recuperou “arquivos excluídos do Google Cloud” vinculados ao banco de dados internacional e reconstruiu “sequências parciais de 13 primeiros vírus epidêmicos”, de acordo com o relatório, que não especifica como ele obteve as informações.

Bloom também afirma que o vírus estava circulando em Wuhan antes de ser detectado nos mercados locais – incluindo o Huanan Seafood Market, que é o foco de uma investigação liderada pela OMS sobre as origens do vírus.

“Os primeiros relatórios fora da China no final de dezembro de 2019 enfatizaram o papel do Huanan Seafood Market (ProMED 2019), que foi inicialmente sugerido como um local de zoonoses”, escreveu Bloom no jornal. “No entanto, essa teoria tornou-se cada vez mais tênue à medida que se aprendeu que muitos dos primeiros casos não tinham conexão com o mercado. ”

Bloom tem falado abertamente no debate sobre as origens do COVID-19, co-assinando uma carta de alto perfil de cientistas em maio pedindo às autoridades americanas que não ignorem a teoria do “vazamento de laboratório”.

“Compreender a disseminação do [coronavírus] em Wuhan é crucial para rastrear as origens do vírus, incluindo a identificação de eventos que levaram à infecção do paciente zero”, escreveu Bloom no relatório.

As informações são do New York Post

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