O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu avaliou o cenário político para as eleições de 2026 e afirmou que Jair Bolsonaro continuará sendo a principal referência da direita brasileira, mesmo após sua prisão. A análise foi feita em entrevista ao O Estado de S. Paulo, publicada neste domingo, 30.
Dirceu destacou que o ex-presidente manterá influência significativa sobre seu eleitorado e sobre as articulações da direita.
“Bolsonaro não vai sair de cena”, declarou.
Para ele, embora o bolsonarismo tenda a perder força majoritária, continuará relevante no jogo eleitoral.
“O bolsonarismo não será mais maioria no país. Nós temos condições de ser maioria, fazendo alianças. Ele vai ser coadjuvante numa próxima eleição.”
O petista avaliou que o maior dilema da direita é não ter, até o momento, um candidato definido para a sucessão presidencial de 2026.
Na entrevista, Dirceu apontou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como o nome mais competitivo para enfrentar Lula. Contudo, avaliou que apoiar Tarcísio traz riscos ao campo conservador: a direita poderia perder tanto a Presidência quanto o comando do Palácio dos Bandeirantes.
Ele mencionou que figuras como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também devem influenciar a disputa.
O ex-ministro ainda analisou o ambiente dentro do PT e disse que o governo Lula buscará ampliar alianças para diminuir tensões com o Congresso.
Uma das peças dessa estratégia, segundo ele, seria justamente seu retorno à Câmara dos Deputados, reforçando articulações políticas do partido na Casa.
