Deputado critica fala de Lula sobre traficantes e defende projeto que enquadra facções como organizações terroristas
O deputado Luciano Zucco (PL-RS), líder da Oposição na Câmara dos Deputados, fez duras críticas ao governo federal nesta terça-feira, 28. Em nota oficial, o parlamentar afirmou que o Planalto tem se omitido no combate ao crime organizado, permitindo o fortalecimento de facções que, segundo ele, já atuam como verdadeiros exércitos paralelos dentro do país.
De acordo com Zucco, o Brasil enfrenta uma espécie de “guerra interna”, em que grupos criminosos controlam territórios, impõem regras próprias e desafiam abertamente o Estado. Ele citou o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como exemplos de organizações que mantêm comunidades inteiras sob domínio armado, ultrapassando, em sua visão, “o limite da crise de segurança pública”.
Pedidos ignorados e críticas à postura do Planalto
O parlamentar mencionou os recentes confrontos no Rio de Janeiro, que resultaram em dezenas de mortes e provocaram pânico entre os moradores. Diante da escalada da violência, o governador Cláudio Castro (PL) teria solicitado três vezes o apoio das Forças Armadas — pedidos que, segundo Zucco, foram ignorados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A decisão é tão simbólica quanto trágica”, escreveu o deputado. “O Estado do Rio de Janeiro — um dos mais estratégicos do país — pediu socorro. E o governo Lula respondeu com silêncio, burocracia e omissão. Enquanto o crime avança, o Planalto recua. Enquanto policiais arriscam a vida, o governo se esconde atrás de discursos ideológicos.”
Reação à fala de Lula sobre traficantes
Zucco também reagiu à recente declaração de Lula, que chamou os traficantes de “vítimas dos usuários”. O deputado classificou a fala como uma “inversão da lógica moral da lei”, afirmando que o presidente ofende as famílias das vítimas, os policiais mortos e todos que acreditam na autoridade do Estado.
O líder oposicionista acusou o governo de rejeitar projetos que classificam as facções criminosas como organizações terroristas, o que, em sua avaliação, enviaria uma mensagem errada à sociedade.
“A mensagem é clara: enquanto o crime desafia o Estado, o governo hesita em chamar o mal pelo nome”, disse Zucco.
Defesa de punições mais severas
Segundo o deputado, cabe agora à Câmara dos Deputados agir diante da “inércia do Executivo”. Ele defende a aprovação urgente de propostas que enquadram o crime organizado como terrorismo, permitindo penas mais severas e a possibilidade de extradição de líderes de facções.
“O Brasil está diante de uma encruzilhada histórica”, afirmou. “Ou o Estado reage com coragem, unindo forças de segurança, inteligência e instituições, ou continuará vendo o crime organizado ocupar o vazio deixado pela omissão federal.”