Em editorial, o jornal destaca que a tragédia com a epidemia da doença foi anunciada
O jornal Folha de S.Paulo, em seu editorial, fez críticas ao governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva devido à sua ineficiência no combate à dengue. A edição de segunda-feira, 25, enfatiza que o Brasil está enfrentando uma tragédia previsível com a epidemia da doença, que já registrou mais de 2 milhões de possíveis casos, conforme dados oficiais desde o começo de 2024 até o dia 21 de março.
Este valor indica um aumento de 19% nos casos comparado ao total registrado no ano de 2023. Em somente 81 dias, o país registrou 682 óbitos devido à doença, ao passo que outros 1.042 casos ainda estão sob investigação.
A publicação enfatiza que, apesar da doença ser sazonal e cíclica, com agravamento no verão e surtos epidêmicos a cada quatro ou cinco anos, o cenário em 2024 “é ponto fora da curva e, pior, há sinais de que o governo poderia ter se antecipado”.
Declaração da Ministra da Saúde sobre a correlação entre El Niño e aumento de casos de doenças gera destaque
A declaração da ministra da Saúde, Nísia Trindade, sobre a conexão entre o alto número de casos e o fenômeno El Niño, feita no início deste mês, também foi enfatizada no texto. Apesar da correlação ser verdadeira, o problema já era conhecido desde janeiro de 2023.
Durante esse período, a “ameaça pandêmica” da dengue devido à mudança climática levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a emitir um alerta global. Esse alerta foi reiterado em julho, com uma nota adicional sobre um possível recorde de casos ainda em 2023.
Assim como a Folha salientou, “a crise era previsível – e cabia ao poder público se precaver com campanha de conscientização robusta sobre o perigo vindouro e alocação de verbas em estrutura ambulatorial, considerando diferenças regionais”.
A demora em aprovar a distribuição da vacina japonesa Qdenga, que combate os quatro sorotipos da dengue, foi outro aspecto criticado no governo Lula e na ministra Nísia. Embora a Anvisa tenha aprovado a vacina em março de 2023, a autorização pelo Sistema Único de Saúde (SUS) só aconteceu nove meses depois, em dezembro.
Todos estes aspectos de ineficiência na gestão pública, o histórico negligente de vários governos em relação ao precário saneamento básico e o desordenado crescimento urbano, são fatores associados à doença. As informações são da Revista Oeste.