Senador usa redes sociais para relacionar investigações sobre o filho de Lula ao histórico judicial do presidente
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) publicou nesta quinta-feira (4), em sua conta no X, a frase “A fruta não cai muito longe do pé”, direcionada às suspeitas que recaem sobre Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha. O comentário faz referência às investigações que apuram a participação do filho do presidente Lula em um esquema de fraudes no INSS que teria desviado recursos de aposentados e pensionistas.
Na postagem, que permanece no ar desde o início da tarde, o senador incluiu uma ilustração com fotos de Lulinha e do “Careca do INSS”, apontado como principal operador do esquema.
Acusações e impacto na CPMI do INSS
As suspeitas ganharam força após depoimentos à CPMI do INSS, que relataram pagamentos periódicos — chamados de “mesadas” — de cerca de R$ 300 mil destinados a pessoas próximas ao presidente. Esses relatos foram apresentados por um assessor do Careca do INSS, que afirmou à Polícia Federal que Lulinha seria um dos beneficiados.
A comissão rejeitou nesta quinta-feira, por 19 votos a 12, um pedido de convocação de Lulinha, mas o nome do empresário segue presente em requerimentos e continua sendo tema de embates políticos dentro da CPMI. Os responsáveis pelos trabalhos afirmam que as linhas de investigação permanecem abertas.
Contexto político e reações
Flávio Bolsonaro retomou, em seu comentário, episódios de corrupção que marcaram governos anteriores, como o Mensalão e o Petrolão — frequentemente citados pela oposição para pressionar o atual governo e reforçar críticas ao PT.
Analistas avaliam que a nova crise envolvendo o filho do presidente tende a intensificar a polarização política, independentemente do desfecho das investigações.
O Palácio do Planalto e representantes de Lulinha negam qualquer irregularidade. Segundo interlocutores, ele e demais acusados se colocaram à disposição para colaborar com as apurações. A tramitação dos requerimentos da CPMI segue acompanhada pelos partidos, e a investigação continua em Brasília.