Ex-ministro afirma que interesses estratégicos e geopolíticos explicam mudança dos EUA
A retirada das sanções internacionais impostas com base na Lei Magnitsky voltou a movimentar o cenário político brasileiro e reacendeu questionamentos sobre os bastidores da diplomacia entre Brasília e Washington. Para Aldo Rebelo, ex-ministro e recém-anunciado pré-candidato à Presidência da República pelo DC, a decisão do governo norte-americano não pode ser vista como um simples ajuste técnico ou administrativo.
Segundo Rebelo, o gesto dos Estados Unidos indica a existência de negociações diplomáticas reservadas, conduzidas diretamente com o governo do presidente Lula. Na avaliação dele, a mudança de posição estaria conectada a acordos estratégicos sigilosos, com forte peso econômico e geopolítico, envolvendo interesses considerados sensíveis para Washington.
Terras raras e interesses estratégicos entram no radar
Entre os pontos levantados por Aldo Rebelo, está a possibilidade de tratativas relacionadas às terras raras brasileiras — recursos minerais estratégicos, fundamentais para setores como tecnologia avançada, defesa militar, transição energética e segurança nacional dos Estados Unidos. Para ele, esses ativos são centrais na atual disputa global por controle de cadeias produtivas essenciais.
“Não tenho dúvida nenhuma de que há acordos reservados ou secretos para explicar essa mudança de posição do governo dos Estados Unidos”, afirmou Rebelo em entrevista à Gazeta do Povo.
Capacidade de entrega do governo brasileiro pesou, diz Rebelo
O ex-ministro também avaliou que aliados do presidente Donald Trump teriam subestimado a capacidade do governo brasileiro de atender às demandas estratégicas norte-americanas. Segundo Rebelo, enquanto setores da oposição se limitavam a promessas políticas, a atual gestão dispunha de instrumentos institucionais e diplomáticos capazes de transformar compromissos em ações concretas.
“Tudo aquilo que eles podiam prometer, o Lula podia entregar”, declarou.
Impactos na política externa e na soberania nacional
A leitura apresentada por Aldo Rebelo amplia o debate sobre política externa brasileira, soberania nacional, investimentos estrangeiros e o papel do Brasil no cenário internacional. O episódio ocorre em um contexto global marcado pelo aumento da competição entre grandes potências, pela busca por recursos naturais estratégicos e pela reorganização das cadeias globais de produção.
Nesse ambiente, decisões aparentemente pontuais, como a revogação de sanções internacionais, ganham contornos mais amplos, revelando disputas silenciosas por influência econômica, política e tecnológica no tabuleiro geopolítico mundial.