Ressacas provocam erosão, destroem parte da orla e colocam casas em risco em Barra Velha
A Prefeitura de Barra Velha, no litoral norte de Santa Catarina, decretou situação de emergência após o avanço do mar causar danos na infraestrutura costeira e ameaçar residências próximas à praia. O decreto nº 2.262/2025 foi publicado no domingo (5) e tem validade de 180 dias.
Segundo a Defesa Civil estadual, as ressacas marítimas provocaram erosão intensa em trechos das praias da Península e das Pedras Brancas e Negras, onde há risco muito alto para edificações e obras públicas.
O coordenador municipal de Defesa Civil, Felipe Matos, afirmou que o mar tem atingido áreas próximas às casas, o que exige ações emergenciais imediatas para conter os danos e garantir a segurança dos moradores.
Medidas previstas e mobilização de recursos
Com o decreto, a prefeitura está autorizada a mobilizar recursos, executar obras emergenciais, reparar estruturas afetadas e adotar medidas preventivas para evitar que o problema se repita.
Entre as ações previstas estão:
- Obras de contenção costeira e reconstrução de trechos das orlas;
- Parcerias com órgãos estaduais e federais para suporte técnico e financeiro;
- Dispensa de licenciamento ambiental temporário para intervenções urgentes.
O documento também possibilita remanejamento de verbas municipais e prioriza projetos de mitigação de impactos climáticos.
Florianópolis também sofre com maré recorde
Em Florianópolis, as ressacas atingiram doze residências e cinco postes nesta segunda-feira (6). De acordo com a Defesa Civil municipal, a maré chegou a 1,40 metro, o maior nível registrado nos últimos anos, especialmente na Praia dos Ingleses, no norte da capital.
Apesar dos estragos, Florianópolis não decretou situação de emergência até o momento.
Avanço do mar e mudanças climáticas
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO), o avanço do mar é uma das principais consequências das mudanças climáticas e pode afetar diretamente populações costeiras, sistemas naturais e atividades econômicas.
O fenômeno está relacionado à expansão térmica da água e à perda de gelo continental, que elevam o nível global dos oceanos. A Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO estima que 900 milhões de pessoas em todo o mundo vivem em zonas vulneráveis à erosão e inundações.