“Enrolaram ela num colchão para pôr fogo”, diz ex-integrante do MST

Em depoimento à CPI do MST, ex-integrantes relatam violência de líderes em assentamentos; “Fizeram tanta covardia”, diz depoente

Durante seu depoimento à CPI do MST, ex-membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) testemunharam sobre a violência perpetrada por líderes do movimento. Uma assentada de uma fazenda em Goiás, chamada Noemia dos Santos, compartilhou o relato de dona Maria, que foi amarrada em um colchão com a intenção de ser incendiada.

“Fizeram tanta covardia, mas tanta covardia! Uma senhora lá, dona Maria, que estava junto comigo, eles enrolaram ela num colchão para botar fogo. Ai o que que aconteceu… O sogro dela pediu a eles, implorou para eles e falou: ‘Não faz isso não, ela tem um filho deficiente’. Aí eles soltaram ela, pegaram as coisas dela também e levaram para a margem da rodovia“, contou.

Joviniano Rodrigues, um outro indivíduo que vive na mesma fazenda que Noemia, afirmou que o Incra tem um grande receio do MST.

” O Incra não podia fazer nada porque o Incra morria de medo dessa organização. Até hoje o Incra morre de medo!“, contou Joviniano.

Segundo o assentado, o MST enfraqueceu depois que ele denunciou o movimento à Polícia Federal. Ele relata que os membros do MST afirmam ter dez inimigos no país, e que o número um dessa lista é Joviniano, pois ninguém jamais havia enfrentado o movimento judicialmente como ele fez: ‘nós temos dez inimigos no Brasil, dez que nos traíram, o número 1 é Joviniano porque nunca ninguém fez com nós na justiça o que ele fez.’”

Pela segunda vez consecutiva, testemunhas que já foram militantes do MST estão prestando depoimento na CPI. Ontem, Vanuza Souza também se queixou de maus-tratos. A assentada alegou que nunca teve a liberdade de votar em partidos políticos que não fossem o PT e criticou o movimento sem-terra no sul da Bahia, chamando-o de “criminoso”. Ela também expressou sua insatisfação com os deputados da comissão, afirmando que viu neles a postura demagógica dos representantes do seu país.

Depoimento de Rui Costa

A convocação do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, para depor na CPI foi anulada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira. “Não se demonstrou no requerimento a conexão entre as atribuições do ministro da Casa Civil da Presidência da República e os fatos investigados pela CPI sobre o MST”, disse Lira na decisão.

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