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Estadão critica indicação de Lula para presidência do IBGE: Um Insulto à Instituição

A indicação de Marcio Pochmann para um cargo essencialmente técnico é um “insulto à instituição”, segundo o jornal

No editorial desta sexta-feira (28), o jornal Estadão expressou desaprovação em relação à nomeação de Marcio Pochmann pelo presidente da Silva para liderar o IBGE, considerando-a um desrespeito à instituição. Essa visão foi compartilhada pelo economista Edmar Bacha, ex-presidente do IBGE, que também considerou a nomeação ofensiva.

O jornal Estadão destacou dois pontos críticos nessa decisão: a nomeação política de um membro do PT para um cargo que deveria ser ocupado por alguém com expertise técnica, o que vai contra o compromisso assumido por Lula quando se tornou presidente; e a exclusão do Ministério do Planejamento no processo de seleção, mesmo o IBGE estando ligado a ele. A situação é ainda pior devido ao fato de o IBGE ter ficado quase oito meses sem um líder efetivo, o que é especialmente problemático em um ano em que o Censo Demográfico será divulgado.

No texto, foi mencionado que durante o período em que Pochmann esteve à frente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), houve uma polêmica relacionada à suspensão do Boletim de Conjuntura trimestral. Esse boletim costumava apresentar projeções de variáveis macroeconômicas que frequentemente não eram favoráveis ao governo. O jornal destacou que Pochmann foi responsável por suspender a divulgação trimestral do boletim, que costumava trazer projeções desfavoráveis ao governo.

Um dos principais problemas durante a gestão de Pochmann foi a realização de um concurso para contratar 62 pesquisadores, cujo conteúdo foi criticado por sua forte inclinação política. Funcionários do Ipea expressaram seu descontentamento por meio de uma carta aberta, enquanto a liderança da instituição defendia que estava buscando alterar o perfil da equipe de pesquisa. O jornal ressaltou a importância da imparcialidade em instituições como o Ipea, que tem como missão fornecer estudos para orientar políticas públicas, mesmo que isso vá contra as práticas e crenças do governo atual.

No editorial do Estadão, foi enfatizada a competência técnica e a imparcialidade do IBGE, destacando que seus profissionais não fazem interpretações, estimativas ou análises que vão além dos dados apresentados. A publicação sugeriu que seria mais adequado se o IBGE pagasse Pochmann para não trabalhar, expressando dúvidas sobre sua capacidade de manter a qualidade do instituto.


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