Ex-âncora pede indenização de R$ 637 milhões à CNN

Chris Cuomo foi demitido em dezembro por ajudar o irmão, o governador Andrew Cuomo, acusado de assédio

O jornalista Chris Cuomo, ex-âncora da CNN norte-americana, entrou com uma ação contra a emissora por demissão sem justa causa. Segundo o Washington Post, o comunicador pede uma indenização de 125 milhões de dólares (cerca de R$ 637 milhões). Ele foi demitido em dezembro por ajudar seu irmão, o ex-governador de Nova Iorque Andrew Cuomo, em escândalo de assédio sexual.

Segundo o advogado de Chris, Bryan Freedman, a CNN exonerou o jornalista “injustamente e violou ainda mais os termos expressos de seu contrato de trabalho, permitindo que seus funcionários o depreciassem”. Na ação, o ex-âncora afirma que os altos executivos da emissora cometeram as mesmas infrações éticas de que foi acusado.

De acordo com ele, a cúpula da empresa sempre teve conhecimento da ajuda de Chris a seu irmão e o usou como “bode expiatório” em um escândalo muito mais profundo.

O comunicador afirma que o até então presidente da empresa, Jeff Zucker, e sua vice, Allison Gollust, não só tinham sabiam da relação dos irmãos, mas negociavam eles mesmos privilégios com o governador. Tanto Jeff quanto Alisson foram depostos de seus cargos na emissora em fevereiro.

Ao justificar o valor do pedido de indenização, a defesa de Chris afirma que os 125 milhões de dólares não se devem somente aos 15 milhões restantes do seu contrato com a emissora. O montante incluiria também “décadas de ganhos” que Chris viria a ganhar em sua profissão se não fosse exposto. Os advogados afirmam que o caso deixou o comunicador “intocável” no mundo do jornalismo.

ENTENDA

Chris Cuomo foi acusado de usar suas fontes como jornalista para descobrir possíveis novas acusações de assédio contra seu irmão e informá-los aos assessores do até então governador previamente. Ele também teria usado seu conhecimento de relações públicas para aconselhar Andrew a como se posicionar diante do escândalo.

Na época, Chris reconheceu ter ajudado Andrew, e disse que atuou como “irmão”, não como “conselheiro” do ex-governador. O ex-âncora foi demitido em dezembro, após ele mesmo ser acusado de assédio por uma suposta vítima que não se identificou. A denúncia não foi adiante por falta de provas.

Já o governador de Nova Iorque acabou renunciando ao cargo, diante das polêmicas envolvendo seu nome.