Faxineira perde emprego por consumir lanche que ‘iria para o lixo’

Equatoriana que trabalha em Londres foi acusada de ‘pegar propriedade do cliente sem autorização’

Uma faxineira perdeu o emprego por consumir um “sanduíche de atum” durante o seu horário de trabalho. Aos 39 anos, Gabriela Rodríguez foi acusada de furto pela Total Clean, companhia de limpeza com a qual mantinha contrato.

A equatoriana imigrante em Londres (Inglaterra) estava empregada em um escritório de advocacia localizado no coração financeiro da capital britânica. Durante o horário de trabalho, Gabriela consumiu um sanduíche de atum de tamanho pequeno que tinha sobrado de uma reunião e que “iria para o lixo”.

Para a Total Clean, entretanto, a equatoriana “pegou propriedade do cliente sem autorização”.

“Ela disse ao ‘Daily Mail’ que deveria haver cinco bandejas com sobras de comida como batatas fritas e sanduíches, mas só pegou um pequeno com atum e pepino. Além disso, ela acrescentou que eram 14h30, o horário de almoço estava quase terminando e o sanduíche que ela comeu, junto com a maioria dos outros nas bandejas, provavelmente seria descartado.”

“A forma como se livraram de mim foi horrível. Passou uma semana sem que ninguém dissesse nada e, cerca de 15 minutos antes do fim do meu turno, num dia, um gerente da Total Clean e o chefe de Recursos Humanos da empresa entraram e me disseram que eu estava sendo dispensada sem remuneração. Tive que entregar o meu crachá e sair imediatamente. Disseram que foi porque comi um sanduíche sem autorização. Não pude acreditar“, relatou a sul-americana.

A United Voices of the World, organização que apoia imigrantes, está defendendo Gabriela. Dezenas de manifestantes se reuniram em frente ao edifício da Total Clean, “armados” com 100 latas de atum e 300 sanduíches. Muitos deles exibiam um cartaz provocativo: “Demitida por causa de um sanduíche?”.

Desde 2014, Gabriela reside no Reino Unido e é mãe de uma menina de 10 anos.

A “United Voices of the World”, que funciona como uma ONG, está lutando contra a demissão.

“Havia várias bandejas cheias de sobras de sanduíches que foram colocadas para os funcionários comerem. Gabriela entendeu que ela também tinha permissão para comer. Está incrivelmente além dos limites da razoabilidade e da compreensão demitir um funcionário por comer sobras de um sanduíche de atum e pepino”, disse a entidade.