Zezé Di Camargo Sbt Divulgação 1 Zezé Di Camargo Sbt Divulgação 1

Globo cogita boicotar Zezé Di Camargo em gesto de apoio ao SBT

Decisão nos bastidores é vista como gesto ideológico e tentativa de agradar governo Lula e o SBT

A TV Globo avalia afastar Zezé Di Camargo de projetos previstos para 2026, em um movimento que, nos bastidores, vem sendo interpretado como boicote com viés político e ideológico. A discussão ocorre de forma reservada, mas a leitura interna e externa é clara: a emissora estaria usando um artista como instrumento simbólico para reforçar posicionamentos editoriais e sinalizar alinhamento com o e com o SBT.

Embora a Globo trate o tema com discrição, fontes próximas ao assunto indicam que a eventual exclusão de Zezé não se dá por critérios artísticos ou contratuais, mas por discordâncias de posicionamento público. Internamente, o episódio envolvendo o cantor e o SBT foi elevado a um patamar institucional, numa tentativa de revestir de “defesa da imprensa” o que, na prática, soa como censura indireta.

Boicote seletivo e dois pesos, duas medidas

A decisão em estudo chama atenção pelo critério seletivo. A Globo historicamente conviveu — e ainda convive — com artistas envolvidos em polêmicas muito mais graves, desde escândalos judiciais até acusações criminais, sem jamais cogitar afastamentos preventivos ou “gestos simbólicos”.

No caso de Zezé Di Camargo, o que pesa não é um crime, nem quebra contratual, mas opiniões e críticas. Para críticos da postura da emissora, trata-se de um recado claro: artistas que fogem da cartilha ideológica dominante correm o risco de serem isolados.

Aproximação com Lula e gesto ao SBT

Nos corredores da televisão, a avaliação é de que a Globo busca reforçar sua sintonia com o atual governo , ao mesmo tempo em que faz um aceno público — ainda que silencioso — ao SBT, emissora que mantém relação histórica de rivalidade, mas que hoje ocupa papel estratégico no cenário midiático.

O episódio ocorre em um contexto mais amplo de reposicionamento político-editorial da Globo, que tem adotado tom cada vez mais alinhado ao Planalto. Nesse cenário, o afastamento de Zezé seria menos sobre o cantor e mais sobre marcar território ideológico.

Liberdade artística sob risco

A possível decisão levanta questionamentos sobre os limites da liberdade artística e de expressão dentro das grandes emissoras. Ao transformar divergências em critério para exclusão, a Globo reforça a percepção de que pluralidade é tolerada apenas até certo ponto — desde que não confronte a narrativa dominante.

A definição final deve ocorrer antes do fim do ano, após reuniões entre os setores artístico, jurídico e de compliance. Até lá, o silêncio oficial contrasta com o barulho nos bastidores, onde cresce a avaliação de que o gesto, se confirmado, será menos institucional e mais político.


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