Chefe do GSI defendeu o pragmatismo nas relações exteriores
O Brasil e a China vivem uma relação de dependência mútua. É o que afirmou o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em seminário organizado pelo instituto Eduardo Villas Bôas na última sexta-feira (19).
– A aproximação na área econômica é necessária para a China e para o Brasil. Alguns dizem ‘somos extremamente dependentes da China’. Somos dependentes da China porque temos grandes trocas comerciais com a China. E são trocas comerciais. Eles também dependem de nós – afirmou.
A fala de Heleno acontece em meio ao embargo chinês sobre a importação de carne bovina brasileira, determinada em setembro e que segue vigente. Caso o embargo não seja revogado, o prejuízo ao agronegócio pode ser de até R$ 10 bilhões.
Após exibir uma caricatura de um chinês em um slide para falar sobre o crescimento econômico do país asiático, o chefe do GSI defendeu o pragmatismo nas relações exteriores do Brasil.
– A política externa de quase todos os países do mundo guia-se por interesses nacionais e não por inspiração ideológica. Esse pragmatismo nas relações exteriores vem sendo adotado pelo Brasil, já foi adotado em outra época com efeitos muito positivos – afirmou o ministro.
Ele destacou ainda “é preciso haver consciência plena de que a inspiração ideológica vai para segundo plano” nas relações exteriores e que “os interesses nacionais ficam acima dessa interpretação ideológica”.