Queda na demanda interna e externa derruba produção e novos pedidos
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) da indústria brasileira caiu para 46,5 pontos em setembro, ante 47,7 em agosto, segundo levantamento da S&P Global. O resultado representa a pior deterioração das condições operacionais do setor em quase dois anos e meio, refletindo a forte redução da demanda doméstica e internacional.
De acordo com a consultoria, o índice atingiu “o nível mais baixo em 29 meses”, o que sinaliza um trimestre de retração acentuada. A informação foi divulgada pela coluna do jornalista Carlo Cauti, na Revista Oeste (Edição 290).
Entenda o indicador
O PMI é um índice internacional que mede o desempenho da atividade industrial por meio de entrevistas com executivos responsáveis por compras e suprimentos.
- Acima de 50 pontos: expansão da atividade;
- Abaixo de 50 pontos: retração.
Com 46,5 pontos, o resultado de setembro confirma um enfraquecimento generalizado na produção, queda no número de pedidos e redução do volume de novos negócios.
Setor de máquinas e equipamentos lidera retração
Entre os segmentos mais atingidos, o de máquinas e equipamentos apresentou uma das quedas mais expressivas. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o setor registrou queda de 10% em agosto, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
A retração afetou tanto as compras de bens importados quanto a produção nacional, revelando um cenário de desaceleração ampla.
O faturamento total da indústria de máquinas somou R$ 25 bilhões em agosto, o que representa uma retração de 5% em relação a 2023, mas uma leve alta de 0,5% ante julho deste ano.
As vendas internas, que respondem pela maior parte do resultado do setor, chegaram a R$ 20 bilhões, com queda de cerca de 10% em comparação a agosto do ano passado, mas crescimento de 1,5% sobre o mês anterior.