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Lulinha fez ao menos seis viagens com lobista entre 2024 e 2025, aponta PF

Registros de passagens mostram reservas compartilhadas; Polícia Federal vê proximidade entre os passageiros

A identificou que Fábio Luís da Silva, o Lulinha, realizou pelo menos seis entre 2024 e 2025 ao lado da empresária e lobista Roberta Moreira Luchsinger. Segundo os investigadores, os deslocamentos foram feitos com o mesmo código localizador de passagens, o que, para a corporação, indica uma relação de proximidade entre os dois.

De acordo com os dados analisados, há registro de uma viagem internacional para Portugal, em junho de 2024, além de cinco trechos em voos domésticos realizados entre abril e junho de 2025. Em quase todos os bilhetes aparecem apenas os nomes de Lulinha e de Roberta.


Lobista é alvo da operação Sem Desconto

Roberta Luchsinger foi alvo de busca e apreensão na última quinta-feira, dia 18, durante uma nova fase da operação Sem Desconto, que investiga desvios ilegais no pagamento de aposentadorias e pensões do INSS.

Por decisão do Tribunal Federal, a empresária passou a usar tornozeleira eletrônica, teve o passaporte retido, ficou impedida de deixar o país e está proibida de manter contato com outros investigados.

Lulinha, por sua vez, não é investigado e não foi alvo de nenhuma medida da operação, conforme informado pelo portal Poder360.


Lista detalha rotas e datas das viagens

Os registros obtidos pela PF apontam os seguintes deslocamentos feitos sob o mesmo código localizador:

  • Guarulhos–Lisboa, em junho de 2024
  • Congonhas–Brasília, em abril de 2025
  • Congonhas–Brasília, em maio de 2025
  • Brasília–Congonhas, em maio de 2025
  • Guarulhos–São Luís, em junho de 2025
  • Congonhas–Brasília, em junho de 2025

No voo para São Luís, aparecem seis passageiros listados, incluindo familiares de ambos. Nas demais viagens, constam apenas Lulinha e Roberta.


PF cita suspeitas de tráfico de influência

Relatórios da investigação indicam que Roberta teria “elevado envolvimento” em negócios ilícitos atribuídos a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. As apurações mencionam o uso de empresas de fachada, além de tentativas de ocultação de provas.

A PF classificou a conduta investigada como de influência. Já o Coaf identificou repasses financeiros que somam cerca de R$ 1,5 milhão para uma empresa ligada a Roberta, em cinco pagamentos de R$ 300 mil. Segundo os investigadores, não foram encontradas evidências de prestação de serviços compatíveis com os valores transferidos.


Nome de Lulinha aparece em mensagens e depoimentos

Mensagens e depoimentos colhidos durante a investigação fazem menções a Lulinha, mas a PF afirmou que, até o momento, não há entendimento de envolvimento direto do filho do presidente nas fraudes relacionadas ao INSS.

Em declaração pública na quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “ninguém ficará livre” das apurações e que familiares ou ministros, caso envolvidos, também serão investigados.


Defesa contesta e fala em distorção de fatos

Procurada, a defesa de Roberta afirmou que há “muita coisa completamente descontextualizada” nas informações divulgadas e que os esclarecimentos serão apresentados “no momento oportuno”. Em nota anterior, o advogado da empresária declarou que ela “jamais teve qualquer relação com descontos do INSS” e que mantém uma relação pessoal antiga com Lulinha.

Já um ex-advogado e amigo do filho do presidente afirmou que ele está “absolutamente tranquilo” e classificou as citações em depoimentos e mensagens como tentativas de desgaste político.


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