Militante que pediu mais segurança na UFSC é o mesmo que protestou contra a Polícia Militar

Estudante havia cobrado reforço na vigilância do campus antes de criticar a presença policial nas ruas

O militante que participou recentemente de um protesto em Florianópolis contra a de (PMSC) — acusando a corporação de “estuprar e matar” — é o mesmo que, há cerca de três meses, apareceu em um vídeo pedindo mais segurança no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Na gravação, feita 88 dias antes do protesto, o estudante cobrava o reforço na vigilância interna da universidade, criticando os cortes de vigilantes promovidos pela administração da instituição. Ao lado de uma colega, ele alertava que o campus estava se tornando perigoso, principalmente durante a noite.

A segurança já não estava muito boa antes, e agora só está piorando”, afirmou Maria Eduarda, integrante da coordenação da Sala de Laís, que também aparece no vídeo. Os dois relataram que a região da UFSC é afastada e que estudantes precisam atravessar túneis escuros e áreas sem iluminação para chegar aos pontos de ônibus.

O grupo de estudantes ao qual o militante pertence, ligado ao Diretório Central dos Estudantes (DCE), chegou a lançar um abaixo-assinado cobrando o retorno dos vigilantes e acusando a reitoria de negligência com a segurança da comunidade acadêmica.

A contradição entre os dois episódios repercutiu nas redes sociais. Enquanto no vídeo gravado em agosto o estudante defendia mais vigilância e segurança, nas manifestações mais recentes passou a criticar a presença policial nas ruas, pedindo o “fim da militarização” e denunciando o que chamou de “genocídio da juventude negra” durante a megaoperação policial no Rio de Janeiro.

O contraste entre as falas reacendeu o debate sobre segurança pública e policiamento ostensivo, tanto nos espaços urbanos quanto em ambientes universitários, com opiniões divididas entre os que defendem maior presença policial e os que apontam excessos nas ações de segurança.

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