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Ministros de Lula jogam culpa do aumento nos preços dos alimentos em ‘questões climáticas’

Ministros atribuem aumento nos preços dos alimentos às mudanças climáticas em reunião no Palácio do Planalto

Na última quinta-feira (14), houve uma reunião ministerial no Palácio do Planalto, com a participação do presidente Luiz Inácio da Silva. Nesta reunião, os ministros Paulo Teixeira, responsável pelo Desenvolvimento Agrário, e Carlos Fávaro, encarregado da Agricultura, culparam as “mudanças climáticas” pelo recente crescimento nos valores dos alimentos. Entretanto, esse argumento parece mais uma “simplificação conveniente” do que uma reflexão aprofundada sobre o problema.

No encontro, que também teve a participação de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, o grupo do governo abordou o aumento dos preços que está afetando o país. Conforme indicado pelo IBGE, e de acordo com o IPCA, a taxa de inflação em fevereiro chegou a 0,83%, impulsionada principalmente pelo aumento nos custos de alimentos e bebidas.

Carlos Fávaro destacou uma suposta diminuição no valor do arroz para os produtores, a qual ainda não foi refletida nos preços do consumidor final. “De março para abril, já começa a cair”, afirmou Fávaro, um otimismo que ainda precisa se confirmar nas prateleiras dos supermercados. Ele citou uma diminuição de R$ 120 para R$ 100 na saca de arroz para os produtores, uma queda que, de acordo com ele, deveria ser repassada aos consumidores, mas que na realidade não ocorre.

Paulo Teixeira enfatizou a mensagem, destacando a inquietação do presidente sobre a acessibilidade dos alimentos para a população. “O presidente chamou a equipe de ministros para discutir essa alta de alimentos… uma preocupação do presidente que a comida chegue barata na mesa do povo”, afirmou Teixeira, atribuindo a alta dos preços a “questões climáticas”.

A superficialidade com que esses argumentos são analisados é profundamente preocupante. Atribuir unicamente ao clima as drásticas variações de preço é uma simplificação que desconsidera uma miríade de fatores econômicos, políticos e sociais que também têm papel significativo no mercado de alimentos. Ainda mais alarmante é a promessa populista de diminuição no preço dos alimentos, baseada em suposições nebulosas, sem apresentar um plano sério e concreto para a estabilização de preços ou estratégias efetivas para proteger o consumidor dos efeitos devastadores da inflação. Essa é a típica promessa vazia que ecoa a irresponsabilidade e a falta de compromisso com o bem-estar da população por parte dos governantes.

O debate acerca de alterações no Plano Safra, que conta com um montante inédito de R$ 364,22 bilhões para o período de 2023/2024, destaca a implementação de práticas de agricultura sustentável e a continuidade do agronegócio como alicerces da economia. No entanto, não consegue vincular estas ações à crise de preços em curso, deixando uma lacuna de respostas imediatas para o consumidor final.

Portanto, a abordagem desse governo parece ser mais um exercício de “relações públicas” do que uma tentativa genuína de lidar com a complexidade da questão alimentar no Brasil, deixando a população vulnerável a promessas ainda não cumpridas.


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