Manifestantes relatam “descaso” e “violência simbólica”; Ministério da Igualdade Racial, responsável pelo ato, não se posiciona
Um grupo de mulheres negras que viajou de Santa Catarina para participar da Marcha das Mulheres Negras, em Brasília, denunciou o tratamento recebido durante a estadia na capital. Segundo os relatos, elas foram alojadas em baias de cavalos na Granja do Torto, área utilizada pela Presidência da República.
O caso veio à tona após a publicação de vídeos nas redes sociais mostrando a indignação das participantes, que afirmaram ter sido recebidas com “descaso” e “violência simbólica” por parte da organização do evento.
Repercussão nas redes e falas das manifestantes
Nos vídeos, uma integrante do grupo afirma estar “revoltada de vir e ser tratada como um animal”. Outra completa:
“A gente não vai aceitar, isso não vai ficar assim”.
O grupo destacou que o episódio afronta suas trajetórias pessoais e coletivas:
“Não podemos nos calar. Não podemos admitir esse tipo de coisa. Pelas nossas vivências, pela nossa luta, pelos nossos ancestrais. Isso não é reparação, não é bem viver”, disse uma das manifestantes.
Até a última atualização, o Ministério da Igualdade Racial — que participou da organização da marcha — não havia se pronunciado sobre o caso.
Marcha das Mulheres Negras reúne milhares em Brasília
Realizada nesta terça-feira (25), a marcha ocupou a Esplanada dos Ministérios com discursos sobre combate ao racismo, defesa da reparação histórica e afirmações de solidariedade entre mulheres negras de todo o país.
O ato contou com a presença da ministra das Mulheres, Márcia Lopes, e da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
As participantes afirmam que pretendem levar o caso às autoridades responsáveis para exigir esclarecimentos.