Vyacheslav Leontyev, Que Morreu Aos 87 Anos Vyacheslav Leontyev, Que Morreu Aos 87 Anos

Nova morte “misteriosa” em Moscou: ex-diretor do Pravda cai de sacada e amplia lista de casos suspeitos na Rússia

Vyacheslav Leontyev, de 87 anos, ex-chefe do jornal soviético, morreu após queda de 21 metros; polícia apura causas

A série de mortes misteriosas que vem atingindo figuras influentes na Rússia ganhou mais um capítulo. Vyacheslav Leontyev, ex-diretor do lendário jornal soviético Pravda, morreu após cair da sacada de seu apartamento em Moscou, de uma altura de aproximadamente 21 metros, na noite do último sábado (4/10).

A polícia da capital russa informou que investiga se a queda foi acidental, suicídio ou homicídio, sem descartar nenhuma hipótese. Leontyev tinha 87 anos e era considerado uma das vozes mais poderosas da imprensa soviética durante o auge da União Soviética.

Figura central da mídia soviética

Durante décadas, Leontyev comandou o Pravda, o órgão oficial do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) e um dos veículos mais influentes do regime. Mesmo após o colapso da URSS, ele permaneceu ligado ao jornal e a estruturas de poder associadas ao antigo partido.

Conhecido por seu acesso privilegiado aos bastidores do poder, Leontyev era visto como alguém que “sabia onde estavam enterrados os bilhões de dólares ocultos do Partido”. O jornalista exilado Andrey Malgin, que o conhecia pessoalmente, classificou o caso como mais uma “morte estranha”. Em texto citado pelo jornal britânico The Sun, ele ironizou:

“As quedas continuam…”

Malgin afirmou ainda que Leontyev “dava a impressão de ser uma espécie de milionário clandestino” e que o Pravda era “o empreendimento mais lucrativo do império empresarial do Comitê Central do Partido Comunista”.

Padrão de mortes e suspeitas

O caso de Leontyev segue o mesmo padrão inquietante de outras quedas fatais que vêm ocorrendo entre empresários, políticos e executivos russos desde o início da guerra contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Entre as ocorrências mais recentes está a morte de Alexander Fedotov, ex-chefe dos transportes de São Petersburgo, cujo corpo foi encontrado no pátio de um hotel de luxo no aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou. Ele ocupava um quarto em andar alto e nenhum bilhete de suicídio foi encontrado.

Fedotov tinha ligação com o ministro dos Transportes de Vladimir Putin, Roman Starovoit, morto em julho de 2024, em um suposto suicídio declarado poucas horas após sua demissão. A imprensa russa, no entanto, levantou suspeitas de tortura e execução.

Mortes em série entre empresários e autoridades

Desde 2022, dezenas de figuras ligadas ao setor energético e à elite política russa morreram em circunstâncias duvidosas.
Entre os casos mais notórios:

  • Ravil Maganov, 67 anos, presidente da Lukoil, caiu de uma janela do Hospital Clínico Central de Moscou em setembro de 2022.
  • Seu sucessor, Vladimir Nekrasov, morreu um ano depois, oficialmente por “insuficiência cardíaca aguda”. Ambos eram críticos da guerra.
  • O senador Vladimir Lebedev, aliado do Kremlin e também ligado à Lukoil, morreu em uma “tragédia inexplicável” aos 60 anos, em novembro de 2023.
  • Em março de 2024, o vice-presidente da Lukoil, Vitaly Robertus, foi encontrado enforcado em seu escritório.
  • O empresário e político Pavel Antov, 65, do setor de alimentos, caiu da janela de um hotel na em dezembro de 2022.
  • Marina Yankina, 58, alta funcionária do Ministério da Defesa, morreu após cair de 48 metros de altura em São Petersburgo, em fevereiro de 2023.
  • O ex-vice-presidente da petrolífera Mikhail Rogachev, 64, caiu do décimo andar de seu apartamento em outubro de 2024.
  • Em junho de 2025, Andrei Badalolov, 62, executivo da Transneft, despencou da janela de seu apartamento no 17º andar, também em Moscou.
  • Em fevereiro de 2025, o cantor e ativista Vadim Stroykin, 42, morreu em queda de um prédio de dez andares.
  • Um mês depois, o ex-deputado e tricampeão olímpico Buvaisar Saitiev, 49, sofreu destino semelhante, ao cair da janela de seu apartamento na capital russa.

Um padrão cada vez mais evidente

A sequência de quedas fatais envolvendo personalidades da política, da economia e da cultura russa vem sendo descrita pela imprensa internacional como um “padrão de silenciamento”. Embora as autoridades locais tratem as ocorrências como acidentes ou suicídios, muitos analistas enxergam nelas uma tática de eliminação de opositores e testemunhas incômodas em meio à crescente tensão política interna.


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  1. É na Rússia? Então provavelmente ele nao caiu, ele caíram, assim mesmo. Arquivo vivo/morto.

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