PF confirma que ex-publicitária do PT era sócia do Careca do INSS no exterior

Danielle Fonteles é alvo da nova fase da Operação Sem Desconto e recebeu mais de R$ 13 milhões, diz PF

A (PF) confirmou que a ex-publicitária Danielle Miranda Fonteles, que atuou em campanhas do Partido dos Trabalhadores (PT), representou no exterior o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do . A parceria entre ambos, existente em Portugal, já havia sido revelada no início do mês, mas novos documentos reforçam a conexão.

Mensagens obtidas pela investigação mostram que Danielle comandava, no país europeu, negócios de cannabis ligados a Antônio Camilo Antunes. A publicitária agora é alvo da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quinta-feira (18/12), e deverá usar tornozeleira eletrônica, por determinação do ministro , do Tribunal Federal (STF).

PF aponta “papel sofisticado” de Danielle na lavagem de dinheiro

De acordo com a PF, Danielle ocupava posição destacada na engrenagem financeira do grupo criminoso, atuando em frentes financeira, empresarial, imobiliária e internacional. A corporação afirma que ela movimentou valores pertencentes ao Careca do INSS no exterior e recebeu mais de R$ 13 milhões em repasses do lobista.

A defesa da publicitária alegou que o montante se refere à negociação de um imóvel em Trancoso (BA), avaliado em cerca de R$ 13 milhões, que seria pago em 13 parcelas de R$ 1 milhão. Contudo, a PF destacou que a transação não foi concluída, embora todos os valores tenham sido declarados à Receita Federal, segundo a defesa.

Os investigadores contestam essa justificativa. Para eles, a suposta venda teria servido para simular legalidade a operações financeiras relacionadas ao esquema de fraudes previdenciárias.

Mensagens revelam atuação como “sócia Portugal” do Careca

Trechos de mensagens obtidas pela PF mostram que o próprio Careca do INSS se referia a Danielle como “sócia Portugal”, e que ela utilizava uma empresa registrada no país europeu para receber recursos do lobista. Em um diálogo de 11 de setembro de 2024, Danielle afirma que não havia recebido seu pagamento de agosto e pergunta se Antônio ou o filho dele, Romeu, levariam o dinheiro para Portugal durante uma viagem.

O ministro André Mendonça observou que os indícios indicam que Danielle funcionava como elo entre o núcleo brasileiro e as estruturas utilizadas na Europa, especialmente em Portugal e Alemanha. Segundo o ministro, ela era responsável por formular propostas para aquisição de imóveis em nome do grupo criminoso e conduzir investimentos no exterior.

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