Carvajal, Ex General Da Venezuela Carvajal, Ex General Da Venezuela

Preso nos EUA, ex-general da Venezuela faz delação e promete revelar repasses do chavismo a líderes estrangeiros

Hugo “El Pollo” Carvajal admite ligação com narcotráfico e confirma disposição para colaborar com autoridades norte-americanas

O ex-general venezuelano Hugo Armando Carvajal Barrios, conhecido como “El Pollo”, firmou um acordo de colaboração com a dos . Preso por acusações de narcotráfico e narcoterrorismo, Carvajal é apontado como uma das principais figuras do Cartel de los Soles, organização criminosa composta por militares venezuelanos de alta patente.

Segundo informações do portal espanhol The Objective, publicadas nesta sexta-feira (17), o ex-chefe de inteligência do regime de Hugo Chávez confessou ter colaborado com a guerrilha das Farc no transporte de grandes quantidades de cocaína para os EUA e admitiu sua participação direta no cartel.

Em audiência realizada na Corte do Distrito Sul de Nova York, Carvajal declarou-se culpado de quatro crimes — narcotráfico, narcoterrorismo, posse e conspiração para uso de armas de fogo.

De acordo com o Ministério Público norte-americano, o ex-general “usou a cocaína como arma, inundando Nova York e outras cidades dos Estados Unidos com veneno”. A acusação sustenta que o Cartel de los Soles operava dentro das Forças Armadas venezuelanas, utilizando recursos estatais e aeronaves oficiais para transportar e proteger remessas de drogas.

Acordo de delação e redução de pena

A confissão formal de Carvajal abre caminho para uma redução significativa de pena, que pode variar de perpétua a cerca de 20 anos. O tribunal norte-americano já autorizou uma audiência final para avaliar as informações que ele pretende fornecer em troca de benefícios.

Fontes citadas por The Objective afirmam que Carvajal “está disposto a contar tudo”, incluindo detalhes sobre a aliança entre o chavismo e as Farc, além de transferências financeiras ilícitas a partidos e líderes de esquerda em diversos países.

Denúncias sobre repasses internacionais

Em 2021, antes de sua extradição, Carvajal apresentou à Justiça espanhola um documento de sete páginas, no qual declarou que o governo da financiou movimentos políticos de esquerda no mundo por ao menos 15 anos.

No texto, o ex-chefe de inteligência afirmou ter recebido relatórios confirmando esses repasses, citando nominalmente líderes e partidos supostamente beneficiados:

  • Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil);
  • Néstor Kirchner (Argentina);
  • Evo Morales (Bolívia);
  • Fernando Lugo (Paraguai);
  • Ollanta Humala (Peru);
  • Manuel Zelaya (Honduras);
  • Gustavo Petro (Colômbia);
  • Movimento Cinco Estrelas (Itália);
  • Partido Podemos (Espanha).

Segundo o relato de Carvajal, “todos foram mencionados como recebedores de dinheiro enviado pelo governo venezuelano”, e o esquema teria continuado durante o governo de Nicolás Maduro, com a PDVSA (estatal do petróleo) atuando como principal fonte de recursos.

Extradição e prisão nos EUA

Carvajal foi extraditado da Espanha para os Estados Unidos em 2023, após dois anos foragido. Durante esse período, tentou impedir a entrega às autoridades norte-americanas, mas acabou capturado em em uma operação conjunta entre a Polícia Nacional da Espanha e o DEA, órgão antidrogas norte-americano.

Apontado como uma das figuras mais influentes do chavismo, o ex-general prometeu colaborar integralmente com os investigadores e fornecer documentos sobre redes de narcotráfico e corrupção internacional ligadas ao regime venezuelano.


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