Presidente Russo, Vladimir Putin Foto EFE Benoit Tessier Presidente Russo, Vladimir Putin Foto EFE Benoit Tessier

Rússia afirma que não pretende ‘derrubar’ governo da Ucrânia

Invasão na Ucrânia chegou ao 14º dia

A invasão russa à Ucrânia não tem entre seus objetivos derrubar o governo Volodymyr Zelenski. Ao menos é o que disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, nesta quarta-feira (9), dia em que a guerra completa duas semanas

A fala destoa das declarações dadas no começo da guerra, declarada na madrugada de 24 de fevereiro pelo presidente Vladimir Putin com o objetivo declarado de “combater o nazismo” na Ucrânia, em meio a acusações de que a gestão Zelensky tinha associações com grupos neonazistas. O presidente ucraniano vem afirmando desde o começo do conflito que é o “alvo número 1” e que pode ser morto a qualquer momento.

Na segunda-feira (7), um porta-voz do governo listou à agência de notícias Reuters condições para o fim da guerra, que não incluíam a queda de Zelensky.

Segundo ele, a operação almeja que a Ucrânia se renda militarmente; mude sua Constituição para garantir que nunca irá aderir à Otan (aliança militar ocidental) ou à União Europeia; e reconheça a Crimeia anexada em 2014 como russa e as regiões separatistas do Donbass, no leste, como independentes.

Zakharova defendeu nesta quarta que a guerra tem saído conforme o planejado, contrariando analistas que apontam que os russos têm enfrentado uma dificuldade maior do que o previsto a princípio.

O décimo quarto dia de guerra começou com a promessa de um novo cessar-fogo temporário para permitir a saída de civis por corredores humanitários. As outras tréguas anunciadas até aqui não foram respeitadas, deixando centenas de milhares de pessoas presas em cidades sitiadas, sem acesso a água potável e medicamentos.

A Rússia prometeu respeitar uma trégua das 9h às 21h do horário local (4h às 16h no horário de Brasília) desta quarta-feira. Nesta manhã, a vice-primeira-ministra ucraniana Irina Vereshchuk afirmou que os dois lados do conflito concordaram em respeitar o cessar-fogo.

O anúncio de trégua desta quarta foi semelhante ao de terça (8), que prometia a fuga segura pelas cidades de Kiev, Kharkiv, Chernihiv, Sumi e Mariupol. Até agora, no entanto, apenas um corredor funcionou de fato, saindo de Sumi, quando cerca de 5.000 pessoas deixaram a cidade.

A situação é tensa sobretudo em Mariupol, cidade portuária ao sul totalmente cercada por tropas russas há mais de uma semana, onde a Cruz Vermelha descreve a situação dos civis como “apocalíptica”.

Moradores se abrigam nos subsolos para se protegerem dos bombardeios constantes, sem acesso a comida, água, energia ou aquecimento, e sem poder retirar os feridos.

Um cessar-fogo na região já havia falhado no sábado. O governo ucraniano disse que 30 ônibus e oito caminhões de suprimentos foram bombardeados pela Rússia na terça-feira, violando o cessar-fogo, e não conseguiram chegar à região. Moscou culpou Kiev por não deter o fogo.


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