ONG critica envio de aeronave militar para trazer Nadine Heredia ao Brasil sob asilo diplomático
A Transparência Internacional fez fortes críticas ao governo Luiz Inácio Lula da Silva pelo transporte da ex-primeira-dama peruana Nadine Heredia em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo a ONG, a operação transformou a FAB em “piloto de fuga”, ao retirar Heredia de Lima para o Brasil após a concessão de asilo diplomático. A entidade classificou o episódio como “uma desonra que o povo brasileiro não merecia”.
Heredia foi condenada a 15 anos de prisão por receber contribuições ilegais da Odebrecht nas campanhas presidenciais de 2006 e 2011 — investigações que também resultaram na condenação de seu marido, o ex-presidente Ollanta Humala, atualmente preso. A ex-primeira-dama chegou a Brasília em abril, acompanhada do filho, em um voo que custou R$ 345 mil, valor divulgado após requerimento feito pelo deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) ao Ministério da Defesa.
Governo defende asilo com base humanitária
À época, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, justificou o asilo como uma medida humanitária, citando uma cirurgia recente de Heredia e o fato de ela estar acompanhada de um menor de idade. Ele sustentou que o uso da FAB era a única forma segura e rápida de realizar a retirada, seguindo a Convenção de Caracas e a tradição brasileira de acolher solicitantes de asilo.
Pedido ao STF tenta anular provas da Lava Jato peruana
O caso voltou a ganhar força no início do mês, quando a defesa de Heredia acionou o Supremo Tribunal Federal para anular provas usadas em sua condenação no Peru. O ministro Dias Toffoli atendeu ao pedido dos advogados — profissionais ligados ao PT — e determinou a invalidação das evidências produzidas pela Odebrecht relacionadas ao pagamento de subornos ao casal Humala-Heredia.
Além disso, Toffoli proibiu o governo brasileiro de cooperar com autoridades peruanas no envio dessas provas, decisão que favorece diretamente a ex-primeira-dama condenada.