Eduardo Bolsonaro critica podcast autorizado pelo STF a entrevistar Jair Bolsonaro

Deputado chama Rafael Ferri de “vil” e aliados do ex-presidente veem oportunismo na possível entrevista

O deputado federal (PL-SP) reagiu de forma dura à autorização concedida pelo ministro do Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para que o podcaster Rafael Ferri, do programa Café com Ferri, convide o ex-presidente para uma entrevista.

Em publicação feita nesta quinta-feira (2), Eduardo classificou a postura de Ferri como oportunista:

“Não conhecia esse seu lado tão vil. Parece já saber as respostas e deleita-se por ser agraciado pelo regime com a permissão para fazer o podcast”, escreveu o parlamentar.

Contexto da polêmica

O comentário de Eduardo ocorreu após Ferri celebrar, em suas redes sociais, a autorização de Moraes. No sábado (27), o podcaster já havia defendido que era “hora de Bolsonaro dar uma entrevista”, alegando que a quantidade de pessoas falando em nome do ex-presidente havia “saído do controle”.

Ele também sugeriu que o público descobriria “em breve” se “a verdadeira direita respeita o líder ou é torcida de internet”.

A publicação gerou reações irônicas de internautas que questionaram a viabilidade de uma entrevista. “Ele não pode nem ir na casa dele… Acorda!”, escreveu um usuário. Outro ironizou: “Pede para o Xandão. Quem sabe ele libera.”

Eduardo vê “armadilha”

Para Eduardo, caso a entrevista aconteça, o ex-presidente seria tratado como “um refém em cativeiro”:

“Pior ainda se for confirmado que JB estará censurado e não poderá falar sobre seu processo — ao que parece, apenas seus algozes, quero dizer, juízes podem falar fora dos autos.”

Apesar das críticas, o deputado pediu a Ferri que leve uma mensagem pessoal de sua família ao pai:

“Ao menos leve o recado de que, mesmo aqui, à distância, eu, Heloísa, Geórgia e Jair Henrique o amamos e temos muita saudade e orgulho dele.”

Atualmente, Eduardo está impedido pelo STF de manter contato com o ex-presidente.

Passado de Rafael Ferri levanta desconfiança

Aliados de Bolsonaro também reagiram com desconfiança, lembrando que Ferri foi condenado em 2016 por manipulação de ações no conhecido como Bolha do Alicate, que abalou o mercado financeiro brasileiro.

O advogado Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo Bolsonaro, afirmou que Ferri busca “holofotes às custas de um presidente perseguido, sequestrado, mal de saúde, mal de cabeça”.

Já o influenciador Cândido Neto (Mafinha) acusou Ferri de prejudicar a possível candidatura do governador de São Paulo, de Freitas, ao associar seu nome ao mercado financeiro:

“Sabe o que você deveria fazer? Doar dinheiro às famílias do 8 de janeiro. Visitar as mães, os avós, enxergar de perto o que essas pessoas estão enfrentando. Talvez assim você parasse com essa insanidade de querer apenas enriquecer ainda mais com o ‘trade Tarcísio’.”

Atualmente, mais de 140 pessoas continuam presas em decorrência dos atos de 8 de janeiro em Brasília.


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